Desde a sua fundação, há 165 anos, a americana Tiffany é sinônimo de jóias. Entre as clientes mais famosas estão a ex-primeira-dama americana Jackie Kennedy e a atriz Elizabeth Taylor. A marca serviu de inspiração até para o cinema. Hollywood produziu o filme Breakfast at Tiffany?s (Bonequinha de Luxo), de 1964. Nesta comédia romântica, Audrey Hepburn aparece, na cena de abertura, namorando a vitrine da joalheria depois de ter atravessado a noite em claro. Na semana passada, o ícone do luxo inaugurou a sua segunda loja no País, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. James Quinn, presidente mundial da empresa, com faturamento anual de US$ 1,7 bilhão, concedeu entrevista exclusiva à DINHEIRO.

DINHEIRO ? Como o sr. observa o mercado de luxo no Brasil?
JAMES QUINN ? Desde que abrimos a loja do Shopping Iguatemi, há dois anos, estamos contentes. Os resultados foram tão bons que a inauguração da segunda loja aconteceu mais cedo do que o previsto. Em dois anos teremos de volta o dinheiro investido.

Em que categoria São Paulo está quando falamos em consumo classe A?
Se a gente fizesse uma classificação, a nota de São Paulo seria altíssima. É o centro industrial do Brasil. Em Nova York, por exemplo, só temos uma loja.

A Tiffany pretende abrir outras
lojas no Brasil?
Sim, poderemos abrir uma unidade no Rio de Janeiro dentro de dois anos.

O sr. sempre trabalhou com jóias?
Não, vim para a Tiffany há oito anos. Antes disso trabalhei no Citibank. Ali aprendi as preferências do consumidor, vendas, marketing e, claro, tudo sobre o balanço da empresa.

Qual é a principal diferença entre um banco e uma joalheria?
Há diversas. É mais divertido trabalhar na Tiffany. Em uma joalheria, você acaba apaixonado pelo produto.

Os clientes também são diferentes?
São os mesmos clientes, mas a compra é feita para uma ocasião importante na vida das pessoas. É um momento especial escolher um produto da marca.

O sr. participa da criação das jóias?
Graças a Deus, não. Temos especialistas em design. Esse não é o meu campo de conhecimento. Minha função é ficar fora do caminho deles para não atrapalhar.

Mas não é criterioso com as jóias?
Eu aprendi muito nestes anos. Minha parte de gosto e estilo melhorou, pelo menos, minha mulher acha.

O que o sr. acha das jóias brasileiras?
Existem joalherias brasileiras muito boas, como a H.Stern. A concorrência é benéfica para todos. Melhora a qualidade do produto para os consumidores.

Quem são os clientes mais famosos da marca?
Abraham Lincoln e John Kennedy foram nossos clientes. Elizabeth Taylor também recebeu inúmeros presentes de Richard Burton.

Há algum recorde em vendas para um único cliente?
Sim, mas uma das razões das pessoas comprarem na Tiffany é que eles sabem que não contaremos para ninguém.

Qual foi a maior compra de 2003?
No início do ano, vendemos um anel de diamante de US$ 2 milhões.