Em um país que consome 550 milhões de pizzas por ano e gera R$ 11 bilhões em negócios, é fácil imaginar que qualquer empreendimento nessa área vai prosperar. 

 

Não foi o caso da rede americana Pizza Hut, que desembarcou no Brasil, em 1989, e quase desapareceu na década seguinte. Com um cardápio moldado ao paladar americano ? quem não se lembra das pizzas de carne moída com pimentão? ?, a Pizza Hut não acertou o ponto da massa no mercado brasileiro. 

 

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Jorge Aguirre, da Pizza Hut SP: “Nossa receita deve crescer 20% neste ano”

 

Colaborou para isso, também, uma estratégia equivocada da PepsiCo, proprietária da marca à época, que firmou parcerias com empresas e empresários sem experiência no varejo alimentício.

 

Foram os casos do empresário Ricardo Mansur, dono do falido Mappin, e da atacadista gaúcha de alimentos Pena Branca. Passados mais de 20 anos da primeira incursão, o apetite da Pizza Hut pelo Brasil está renovado. 

 

A Yum! Brands, baseada em Louisville (Kentucky), dona da marca e com uma receita global de US$ 11 bilhões, vai abrir 20 novos restaurantes em 2011 no País. 

 

Parece pouco, mas se trata de uma expansão de quase 30% sobre as atuais 72 lojas, que são administradas por meio de franquias. ?O Brasil é prioridade para a Pizza Hut, junto com China, Índia e Rússia?, disse à DINHEIRO Juan Chusan, gerente-geral da Yum! Brands para o País. 

 

Boa parte dessa expansão deverá acontecer na cidade de São Paulo, que responde por um terço do faturamento estimado de R$ 240 milhões da Pizza Hut no Brasil. 

 

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Juan Chusan, da Yum!: “O Brasil é prioridade, junto com China, Índia e Rússia” 

 

Até dezembro, oito novos restaurantes, administrados pela BFFC, holding que também é dona da cadeia de fast-food Bob?s, serão abertos, quase 50% a mais do que o número atual, em um investimento de R$ 12 milhões. 

 

?O faturamento, em São Paulo, vai crescer 20% com a abertura dessas novas unidades?, afirma Jorge Aguirre, diretor da Pizza Hut São Paulo. 

 

Os locais das outras 12 lojas não foram revelados por Chusan. Nos últimos tempos, no entanto, a Yum! Brands buscou parceiros fora dos grandes centros do Sul e do Sudeste, como as cidades de Belém e Manaus. ?Nossos parceiros, normalmente, não são pequenos empreendedores?, diz Chusan.

 

O motivo é simples: para abrir um restaurante da Pizza Hut, é necessário investir no mínimo US$ 300 mil. Apenas aumentar o número de unidades pelo Brasil, no entanto, não traz nenhuma garantia de sucesso. Essa nova expansão chega após um reposicionamento da marca, diz Marcelo Cherto, especialista em franquias. 

 

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A Pizza Hut não quer mais ser reconhecida como uma cadeia de fast-food de pizza, mas sim de ?casual dining?, que oferece refeições em um ambiente descontraído. 

 

O cardápio dos restaurantes ganhou pratos de massas, saladas e sobremesas. Com isso, passou a atender um público mais amplo. A massa das pizzas ficou mais fina e as coberturas se adaptam mais ao gosto brasileiro. 

 

?Com um cardápio mais extenso, a empresa passou a competir em um universo mais amplo, que inclui padarias e restaurantes por quilo?, diz Enzo Donna, sócio da consultoria ECD Food Service, especializada em mercado de alimentação.

 

Outra mudança foi promovida no ambiente dos restaurantes. Em alguns deles é possível encontrar enormes ursos de pelúcia, posicionados entre as cadeiras, para os clientes que vão almoçar ou jantar sozinhos. 

 

?Nosso público é o jovem adulto, entre 18 e 35 anos?, diz Aguirre. ?A decoração é um ponto importante para atraí-lo.? A Pizza Hut também atende a clientela em mais dois tipos de loja: as voltadas para o serviço delivery e as unidades presentes em praças de alimentação, nas quais a área dos restaurantes corresponde a um quinto da do modelo de ?casual dining?.

 

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