23/01/2008 - 8:00
No extremo norte da Suécia, na pequena cidade de Kiruna, as opções de lazer são, no mínimo, exóticas. Lá, entre os meses de novembro e abril, é possível se hospedar em um hotel de gelo ou, quem sabe, fazer um inesquecível passeio de trenó puxado por cães. Mas, a partir de 2009, isso tudo vai virar fichinha perto da nova atração: viajar em uma nave espacial e entrar na aurora boreal. Esse é o mais novo pacote de viagem da Virgin Galactic, companhia de vôos espaciais do empresário inglês Richard Branson, dono de uma fortuna de US$ 3,8 bilhões. Para embarcar nessa expedição, é necessário desembolsar US$ 200 mil. De acordo com a própria propaganda de Branson, esse valor não é nada se comparado aos US$ 20 milhões pagos pelo milionário americano Dennis Tito, em 2001, à Agência Espacial Russa para ser o primeiro turista a ir para o espaço.
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No projeto da Virgin Galactic, a nave construída para a missão, a SpaceShip2, fará o seu primeiro vôo partindo do aeroporto de Kiruna (a cidade está próxima da aurora boreal). O próprio Branson será um dos oito passageiros. Além de vislumbrar o espetáculo natural a 150 quilômetros de altura, os turistas também verão a Terra do espaço e flutuarão por cinco minutos dentro da aeronave. A Virgin Galactic calcula que, a partir de 2010, cerca de cinco mil turistas por ano irão ao espaço com a empresa. ?Não tenho tanta certeza de que esses pacotes serão vendidos, são roteiros restritos a um consumidor muito específico?, analisa Leonel Rossi, diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens. Para Branson, um vendedor nato, não será difícil convencer os endinheirados a embarcar nessa aventura. O fundador do Virgin Group, conglomerado que reúne 200 empresas e fatura US$ 20 bilhões, já se pendurou em uma corda e desceu a fachada de uma de suas lojas para anunciar sua marca de celular, a Virgin Mobile. Em outra ocasião, ele se vestiu de noiva para lançar uma grife de vestidos, a Virgin Bride. Ao que parece, nem o céu é limite para ele.
O BRINQUEDINHO: ao lado da SpaceShip2, Richard Branson pretende vender cinco mil passagens por ano