01/11/2020 - 14:12
Todos os candidatos, no calor da campanha presidencial dos Estados Unidos, falam sobre suas metas para os primeiros 100 dias de governo. Joe Biden, o adversário democrata do presidente Donald Trump, tem feito isso há meses.
Da luta contra o coronavírus até a retomada do Acordo de Paris sobre o clima e a promoção de uma reforma migratória, Biden diz que sua presidência mudaria o curso do país em várias frentes.
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“Teremos a enorme tarefa de reparar os danos que ele causou”, disse Biden recentemente sobre seu rival.
Aqui está um panorama das possíveis ações dos primeiros 100 dias de um eventual governo de Biden.
– Estratégia contra a pandemia –
Biden diz que lançaria imediatamente uma estratégia nacional para “ficar à frente” do vírus e acabar com a crise causada pela pandemia.
Seu plano incluiria a obrigatoriedade de máscaras em todo o país e a ampliação dos testes de diagnóstico gratuitos de covid-19, aumentando a produção americana de equipamentos médicos e tornando qualquer vacina futura “gratuita para todos, tenham ou não seguro” de saúde.
Depois de acusar Trump de menosprezar seus próprios especialistas em saúde, Biden disse que manteria o respeitado imunologista Anthony Fauci na equipe de combate ao coronavírus da Casa Branca.
Ele também disse que quer “tirar a mordaça de nossos especialistas” e cancelar o processo de retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), iniciado por Trump em julho.
– Revitalização econômica –
A reabertura efetiva da economia será outra prioridade imediata, segundo Biden.
O democrata, que lembra sua experiência unindo legisladores de ambos os partidos, diz que pedirá ao Congresso que aprove um enorme pacote de estímulo para enfrentar os impactos do coronavírus e ajudar as famílias e pequenos negócios mais afetados.
Em julho, Biden revelou sua estratégia “Reconstruir Melhor”, um plano de 700 bilhões de dólares para criar milhões de empregos. O financiamento viria da cobrança de impostos mais altos dos mais ricos e das grandes corporações. Também disse que vai investir alto no setor de energias renováveis.
– Retorno ao acordo climático –
Biden vem pedindo ações para combater a mudança climática nos Estados Unidos, atingidos por um crescente número de furacões e incêndios florestais nos últimos anos.
“A primeira coisa que vou fazer é voltar ao Acordo de Paris”, prometeu Biden durante seu primeiro debate contra Trump, que abandonou o pacto climático global em 2017. “Porque com a gente de fora, veja o que está acontecendo. Tudo está ruindo”.
Ele também disse que organizaria uma cúpula dos principais poluidores do mundo para “persuadi-los” a assumir compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões de carbono.
Biden preparou um ambicioso plano de 2 trilhões de dólares contra a mudança climática, que inclui uma “revolução da energia limpa” em busca de uma economia de emissão zero até 2050.
Prometeu ainda reverter rapidamente vários retrocessos decididos por Trump nas regulamentações ambientais.
– Reforma judicial –
Biden se comprometeu a logo nomear uma comissão bipartidária que teria 180 dias para estudar o sistema judicial – que o democrata disse que “está saindo do controle” – e propor reformas.
Ele afirmou que “não é fã” da ideia de aumentar o número de juízes da Suprema Corte. Outros democratas, porém, expressaram o desejo por essa medida agora que a terceira indicada de Trump, Amy Coney Barrett, foi confirmada, consolidando uma maioria conservadora de seis a três.
Biden, que foi autor de vários projetos de lei contra o crime enquanto senador, também defende uma reforma da justiça criminal.
Seus planos incluem a criação de um programa de subsídios que incentive os estados a reduzir o número de detenções e o crime, garantindo moradia para ex-presidiários e estratégias para reduzir a reincidência.
– “Caminho para a cidadania” –
Biden prometeu um pacote substancial de reformas de imigração caso ganhe a Casa Branca.
Ele anunciou que criaria imediatamente uma força-tarefa federal para reunir a suas famílias mais de 500 crianças que foram separadas dos pais pelo governo Trump na fronteira com o México.
Biden descreveu essas separações como o resultado “criminoso” da política de tolerância zero do republicano, que tentava impedir que os migrantes entrassem nos Estados Unidos.
Também reverteria as proibições de viagens que impedem cidadãos de vários países de maioria muçulmana de entrar nos EUA.
Mas uma de suas medidas mais polêmicas pode ser em relação aos milhões de imigrantes ilegais que vivem no país.
“Nos primeiros 100 dias, enviarei ao Congresso dos Estados Unidos um plano com um caminho para a cidadania para mais de 11 milhões de pessoas sem documentos”, disse Biden em seu último debate com Trump em 22 de outubro.
Além disso, ele se mostrou a favor de permitir que aqueles que entraram ilegalmente com seus pais quando crianças, cerca de 700 mil, permaneçam legalmente no país e quer oferecer medidas para que obtenham a cidadania americana.