Conservador como só ele sabe ser, o Banco Safra se rendeu às últimas inovações do mercado financeiro. A instituição conhecida pelo bordão ?tradição secular de segurança? acaba de lançar uma família bem moderninha de fundos de investimento. A primeira novidade é o Safra Market DI, uma das aplicações mais ousadas desta categoria. O fundo não se limita a seguir os rendimentos dos títulos públicos do governo, como a maioria dos produtos desse tipo. Metade da sua carteira é composta por papéis privados: CDBs, debêntures, cédulas de crédito e recebíveis. Esta composição torna a aplicação mais arriscada, porém aumenta as chances de lucro para o investidor. Com pouco mais de 20 dias de operação, o fundo já acumula um patrimônio de R$ 85 milhões, embora não seja para todos os bolsos. O investimento mínimo neste DI é de R$ 300 mil.

A outra inovação acaba de sair da fase de testes. O Banco Safra Investimentos aderiu à última moda da indústria de fundos e terá seu Long Short, um tipo de fundo que usa a ferramenta da arbitragem, ou seja, procura vender o ativo que está caro e comprar simultaneamente o que está barato, apropriando-se da diferença de preço relativo entre os dois. Nos dois primeiros meses de experiência, o Safra Long Short teve bom desempenho: rendeu 141% do CDI, índice de referência da renda fixa. Na semana passada, cerca de 150 funcionários do banco passaram por um treinamento para oferecer o produto na rede de varejo. A estréia do novo fundo está marcada para esta semana. ?Agora temos uma linha completa, com o que há de mais sofisticado?, diz Luciane Ribeiro, diretora da asset management do Safra.

Luciane começou a ?conspirar? pela modernização dos produtos financeiros do Safra há dois anos, quando assumiu o comando da área. Em 2004, foram lançados os primeiros fundos de ações setoriais da instituição, como a aplicação exclusiva em ações de empresas de médio porte, do setor de telecomunicações e energia. Com isso, a participação da renda variável no total de recursos administrados cresceu de 3,5% para 8,5% no prazo de um ano. Mas antes de conseguir o aval para lançar novos produtos, a administradora de recursos precisou ganhar a confiança dos acionistas do banco. Há 20 anos trabalhando na instituição, Luciane era a responsável pela gestão do patrimônio pessoal da família Safra até 2003. ?Meu estilo continua o mesmo. A diferença é que agora tenho vários clientes?, diz.