Esportes sempre fizeram parte da rotina do empreendedor Shane Young. Nascido na Nova Zelândia, ele cresceu praticando natação. Passada a adolescência, se tornou triatleta quando vivia em Gold Cost, na Austrália. Mas foi em um estúdio de spinning em Nova York que ele descobriu a oportunidade de negócio que traria para o Brasil.

Era 2013 e Young trabalhava no mercado financeiro. Já no ano seguinte abriu as portas do primeiro Studio Velocity, uma academia especializada em treinos de bike indoor com instrutor puxando o ritmo ao som de música animada. A ideia em si não era nova, mas o modelo foi aprimorado com alguns diferenciais que fizeram toda a diferença.

Além de uma plataforma digital desenvolvida para melhorar a perfomance de modo acelerado, a Velocity buscou o aval de influenciadores do mundo fitness e lançou até modelos exclusivos de bicicletas com telas gigantes acopladas. O resultado se traduz em números. Segundo Young, em 2023 o Grupo Velocity (que inclui a rede de academias Studio Kore) faturou R$ 100 milhões. E a meta para 2024 é dobrar essa marca. “Planejamos saltar das 82 unidades atuais para 131, com um faturamento de R$ 200 milhões.”

Para alcançar esse objetivo, Young trabalha com uma estratégia bem diferente da que adotou até aqui. Se no início o crescimento da rede se baseou principalmente na expansão por bairros da capital paulista e no forte apelo do marketing digital liderado pela também sócia Gabriela Pugliesi, agora a ideia é avançar para cidades menores, sobretudo do interior do País.

Sinop (MT), Vinhedo (SP) e Maringá (PR) são exemplos de municípios onde já existem unidades do Studio Velocity — e as próximas inaugurações devem seguir um perfil semelhante.

Como ocorre em muitos empreendimentos onde a escala é o motor de crescimento, o grupo adotou o modelo de franquia para ganhar capilaridade. O investimento parte de R$ 290 mil para montar um Studio Kore (com payback a partir de 18 meses), sobe para R$ 800 mil para o Studio Velocity (payback a partir de 12 meses) e chega a R$ 1 milhão no caso do Studio Hibrido, que combina as duas marcas.

De acordo com Young, o faturamento médio de uma unidade Kore é R$ 650 mil por ano. No caso do Studio Velocity, R$ 1,8 milhão. Claro que isso depende de vários fatores, desde e a escolha do ponto até a dedicação do franqueado. Mas uma coisa é certa. A procura por um estilo de vida mais saudável tem levado cada vez mais gente a sair do sedentarismo, mesmo que seja apenas por um curto período — e isso se reflete nas projeções de Young para a expansão da rede.

(Rodrigo Moraes)

TREINO EM CASA

“Acreditamos que se exercitar pode ser divertido e prazeroso”, disse Young, para quem a Velocity é muito mais do que apenas um treino. “Nós subimos montanhas, criamos metas, vencemos barreiras e evoluímos. Mas a melhor parte é que fazemos isso juntos, em cima da bike e na batida da música.”

As aulas podem ser feitas por iniciantes, em uma pedalada leve, ou por quem já tem preparo físico que permita um treino de altíssima intensidade (com queima de 800 calorias em 45 minutos). O tempo também pode variar, chegando a duas horas para os mais fortes. “Estimulamos o corpo de forma progressiva, para que ele atinja alta intensidade com consciência”, afirmou Young.

Até para quem não quer ir a um dos estúdios o grupo Velocity tem o que oferecer. Young desenvolveu um modelo de bicicleta estacionária para ser adquirido ou alugado por quem quer treinar em casa, mas em uma aula coletiva on-line.

A bike Sweatify pode vir com uma tela integrada (de 15 ou 21,5 polegadas) que funciona como um tablet. Por ela, cada aluno acessa a plataforma de treinos on-line que oferece tanto o programa Kore quanto o Velocity.

“O aluno pode escolher a aula por nível, professor ou estilo, ver os dados de sua cadência e até interagir com os colegas e com o instrutor”, disse Young. O aluguel da bike com tela de 15 polegadas parte de R$ 299 (para o primeiro mês, no pacote de um ano). Quem preferir comprar paga R$ 10.490. Para o modelo com tela de 21,5 polegadas o valor sobe para R$ 12.490.