Mercado

 

O mau humor dos investidores com a Petrobras pode estar com os dias contados. Embora a estatal tenha divulgado comunicado na noite da quarta-feira 15, afirmando que não existe decisão para o aumento dos preços de gasolina e diesel neste ano, é aguardada pelo mercado, para os próximos dias, a definição de um plano de reajustes dos combustíveis, com regras mais claras e gatilhos de repasses automáticos de custos e variações cambiais. O plano é visto como essencial para resgatar a boa reputação da empresa comandada por Graça Foster aos olhos dos investidores. 

 

17.jpg

 

Mas há também notícias boas no horizonte. A primeira é que a companhia aumentou em 43% as reservas provadas do pré-sal, em 2013, em relação a 2012. No total, incluindo as jazidas brasileiras e internacionais, a Petrobras tem reservas provadas de 16,6 bilhões de barris de óleo. A outra, no início do mês, foi a maior captação externa já feita por uma empresa de país emergente com a obtenção do equivalente a R$ 11 bilhões. Em entrevista à DINHEIRO, o vice-presidente de finanças da estatal, Almir Barbassa, afirmou que se trata de uma resposta ao pessimismo dos investidores. Confira a entrevista de Barbassa:

 

 

 

 

Bancos


Faxina no Vaticano

 

O papa Francisco decidiu mexer em um dos maiores vespeiros da Santa Sé: o banco do Vaticano. As mudanças anunciadas foram desencadeadas na semana passada, a partir do afastamento de quatro cardeais que compunham a cúpula da instituição financeira católica. A lista inclui o brasileiro dom Odilo Scherer, que concorreu com o argentino à cadeira de São Pedro, na sucessão de Bento XVI. O braço financeiro da Igreja é considerado uma verdadeira caixa-preta. Em julho do ano passado, dois gestores do banco foram expulsos e um contador foi acusado de contrabandear € 20 milhões para a Suíça.

 

18.jpg




Processo


Hambúrguer indigesto

 

A Securities and Exchange Commission (SEC), órgão americano que fiscaliza a atuação de empresas e investidores no mercado de ações, puniu mais um envolvido no uso de informações privilegiadas relacionadas à venda do Burger King. Desta vez, o brasileiro Waldyr da Silva Prado Neto, ex-operador do Wells Fargo, em Miami, foi condenado a pagar indenização de US$ 5,6 milhões para encerrar o processo. Outro executivo do setor financeiro, Igor Cornelsen, ex-funcionário do Bainbridge Group, fez acordo para encerrar o caso e pagou multa de US$ 5,1 milhões.

 

19.jpg

 



Cartel


A cerveja choca da Inbev

 

Cinco grandes cervejarias da Alemanha foram multadas, na segunda-feira 13, em € 106,5 milhões por formação de cartel. As fabricantes punidas foram: Bitburger, Krombacher Brauerei, C&A Veltins, Warsteiner e Privat-Brauerei. A sentença da entidade antitruste excluiu a belgo-brasileira AB Inbev. Embora fizesse parte da combinação de preços, escapou da multa, beneficiada por delação premiada. 

 

20.jpg




Financiamento


O petróleo do BNDES

 

O BNDES aprovou, na quinta-feira 16, crédito de R$ 10 bilhões para a Sete Brasil, que deve auxiliar na construção de nove sondas de perfuração de poços de petróleo no pré-sal. A empresa tem um contrato de US$ 75 bilhões com a Petrobras para fornecer 28 sondas em 20 anos.

 

 

 

 

21.jpg

 

 

 



Veículos


Recall recorde

 

O ano passado entrou para a história da indústria automobilística. Não pelas vendas, que andaram de lado, mas pelo número de recalls. Em um indício de que a indústria pode ter crescido acima da capacidade de controlar a qualidade, foram 109 convocações para reparo de defeitos graves, de acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça. No ano anterior, foram registradas 67 campanhas. A maior delas envolveu 186 mil unidades do Honda Fit. Um defeito no vidro elétrico poderia causar um incêndio.

 

22.jpg

 

 


Entrevista


“Os investidores confiam no futuro da Petrobras”


23.jpg

 

A grande captação da Petrobras no Exterior indica que a percepção dos investidores em relação à companhia melhorou?

Depende do mercado. O lançamento, com foco no mercado de renda fixa na Europa, obteve uma resposta excelente. Captamos o equivalente a US$ 5,1 bilhões para uma demanda de US$ 15 bilhões. Foi o maior lançamento já feito por uma empresa operacional de um país emergente. Mas, por outro lado, os analistas do mercado acionário enxergam os dados da empresa de outra forma. 

 

O sucesso é resultado do reajuste dos preços dos combustíveis, em dezembro, que ajudou a dar um alívio no caixa da empresa?

Não há vinculação entre os dois fatos. Fizemos a colocação dos papéis no momento mais adequado possível. Agosto e dezembro são os meses nos quais gestores de fundos costumam tirar férias. Com isso, havia uma liquidez represada que acabou beneficiando a Petrobras. A mensagem que fica é que os investidores estrangeiros têm uma visão muito positiva de tudo que a empresa vem fazendo e que confiam em seu futuro.

 

O sr. acredita que, a partir desse fato, os analistas aqui no Brasil deverão começar a avaliar as ações da Petrobras por uma ótica diferente?

Como são mercados diferentes, é natural que os analistas tenham visões e até humores diferentes. Prefiro olhar para os fatos. Os investidores que compraram os títulos fizeram de olho na estrutura de uma empresa que possui um volume expressivo de reservas que, para fluírem, dependem apenas da aquisição de equipamentos. 

 

A Petrobras fará novas emissões?

Ainda não posso dizer. As necessidades de capital da empresa serão definidas no plano de investimentos que está em fase de conclusão.

 

 

 

Colaboraram: Cláudio Gradilone e Rosenildo Ferreira