Vivian Freitas tem 22 anos e adora redes sociais. Assistente de uma agência de marketing digital  na cidade de Bauru, no interior de São Paulo, onde mora, ela tem cerca de 1,6 mil seguidores no Twitter e mais de 700 amigos no Facebook. 

 

Suas mensagens na rede vão desde desabafos sobre situações do cotidiano a observações a respeito de sua área de atividade. Também há espaço para gracejos e conversas com amigos. 

 

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Conectada: Vivian Freitas, de 22 anos, ilustra bem o perfil de público buscado pelas empresas no evento   

 

“Onde tu tá, criatura?”, escreveu Vivian no microblog na tentativa de encontrar um amigo durante a Campus Party, evento de entretenimento digital realizado na semana passada em São Paulo. Assim como outras 6,8 mil pessoas, ela acampou no local, numa área reservada especialmente para este fim. 

 

Era uma campuseira, como se diz no jargão dos frequentadores do evento, usuários ativos de internet, desenvolvedores de softwares, pessoas altamente tecnológicas, enfim (além dessa área,  há ainda uma feira aberta ao público mais abrangente, de não iniciados). 

 

Por reunir um contingente expressivo de usuários intensos de internet e de tecnologia, o evento se tornou aos olhos das empresas dos mais diferentes setores uma fantástica pista de testes tecnológicos capaz de auxiliar na definição de estratégias de marketing, negócios e produtos. 

 

“Vim para cá porque gosto de aprender mais sobre o mundo digital. As palestras e discussões realizadas são bem interessantes”, diz Vivian.

 

De acordo com José Luiz de Genova, diretor comercial da Futura Networks, organizadora do evento, ainda não é possível precisar o número de patrocinadores nem o faturamento obtido com a edição 2011. Como comparação, em 2010 foram 64 empresas apoiadoras. 

 

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Além do patrocinador oficial, a Telefônica, a Campus Party conta com o apoio este ano de companhias como Intel, Microsoft, AMD, Azul Linhas Aéreas, Caixa Econômica Federal e Petrobras, entre outras. 

 

“É a primeira vez que patrocinamos a Campus Party”, diz Marcelo dos Santos, diretor de marketing da Totvs, uma das principais fabricantes brasileiras de software para o mercado corporativo.

 

“Lançamos aqui uma campanha publicitária e uma plataforma de tecnologia chamada ‘by You Studio’.” A plataforma é um ambiente para desenvolvimento integrado de tecnologias, de acordo com a Totvs. 

 

“A Campus Party serve como laboratório para que possamos, a partir das observações feitas pelos programadores de softwares, corrigir problemas e aperfeiçoar produtos”, afirma. 

 

Submeter ao crivo dos participantes desse campo de testes novos produtos e serviços, colhendo ao mesmo tempo suas críticas e sugestões é o que leva a Microsoft a integrar o grupo de empresas que apoiam a Campus Party. 

 

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Multitarefa: campuseiros assistem a palestra e usam os seus notebooks ao mesmo tempo

 

“Trata-se de um público altamente influenciador e conhecedor profundo de tecnologia”, afirma Maria Heloísa Morel, diretora de marketing da Microsoft. “Eles são fundamentais para referendar uma proposta inovadora.” 

 

A empresa reservou para a Campus Party novidades sobre seu serviço de e-mail, o Hotmail, e o Kinect, videogame cujos comandos são feitos a partir do movimento do jogador. 

 

Reunir milhares de aficionados por coqueluches tecnológicas também impõe desafios gigantescos aos organizadores. O principal é garantir que a internet não caia durante o evento. É nesse ponto que entra a Telefônica. 

 

A empresa é a provedora dos serviços de conexão da Campus Party, o que lhe permite testar o desempenho de seu serviço de acesso à internet. “A presença aqui nos ajuda a observar como se dá o uso da nossa banda larga num ambiente de grande porte”, afirma Fábio Bruggioni, diretor do segmento residencial da Telefônica. 

 

Para dar conta do recado, a empresa destinou à Campus Party uma banda larga de dez gigabytes por segundo. Essa velocidade permitiria baixar todo conteúdo dos nove milhões de livros da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, em menos de dois minutos.  

 

Nada mau para fazer funcionar uma fábrica de tecnologia que, além divertir um exército de apaixonados por bites e bytes, auxilia nos negócios e dá uma mãozinha para os departamentos de marketing das empresas.