Assim que terminou a Copa do Mundo, no dia 13 de julho, os olhos dos brasileiros se voltaram para a Olimpíada Rio 2016, que será realizada daqui a menos de dois anos, na Cidade Maravilhosa. Uma das empresas que já começaram a contagem regressiva para o evento é a Omega, relojoaria suíça de luxo e cronometrista oficial olímpica desde 1932. Para comemorar a proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio, a empresa até já lançou um relógio em homenagem à capital fluminense.

Com caixa de aço inoxidável, cristal de safira e aros em bronze, ouro amarelo 18 quilates e prata, o Speedmaster Mark II Rio 2016, vendido a R$ 17 mil, é apenas uma das primeiras ações da marca no Brasil. “Estamos organizando eventos para começar a contagem regressiva para a Olimpíada”, afirma Stephen Urquhart, CEO global da empresa. “Também planejamos aumentar nossa presença no País nesses dois anos.” Os planos dos suíços para o Brasil começaram a ser postos em prática em abril de 2013, com a inauguração simultânea de três butiques: uma em São Paulo, no shopping Cidade Jardim, e as outras duas no Rio de Janeiro, nos shoppings Leblon e Village Mall.

Embora o evento seja um chamariz importante, é evidente que a motivação da Omega, que mantém uma rede de 300 lojas ao redor do mundo, para o investimento no mercado nacional transcende os Jogos Olímpicos. Na verdade, a marca segue a trilha aberta por outras relojoarias de alto padrão que chegaram ao País nos últimos anos, como a compatriota Jaeger-LeCoultre, que chegou em 2012, e a francesa Cartier, que desembarcou em 2009. Essa tendência, diga-se de passagem, segue neste ano, com a vinda de outro ícone suíço, a Piaget, que deve inaugurar uma butique em novembro.

A diferença é que, enquanto as marcas em geral preferem investir na capital paulista, a Omega, por razões óbvias, optou pelo Rio de Janeiro. “Estamos otimistas com os negócios no Brasil”, diz Urquhart. Entre as futuras ações da empresa, consta a nomeação de um brasileiro como embaixador, que fará companhia ao ator hollywoodiano George Clooney e ao golfista irlandês Rory McIlroy. Urquhart diz que já tem uma lista de possíveis candidatos para o posto. Nomes como o do velejador Robert Scheidt e o do nadador Cesar Cielo já teriam sido cogitados, mas não há nenhuma decisão até o momento.

Por que grifes como a Omega procuram identificar-se com eventos esportivos como os Jogos Olímpicos ou a Copa do Mundo de Futebol, que concedeu à Hublot, também de relógios finos, a responsabilidade pela cronometragem das partidas? Para Amnon Armoni, professor de gestão de luxo da Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), em tempos de crise econômica, a melhor estratégia para o mercado de luxo é apostar na performance e não em ostentação. “Em vez de falar de riqueza ou luxo, a saída mais sensata para as vendas é citar a tecnologia e a qualidade dos produtos”, afirma Armoni.

No caso da Omega, a marca é pioneira nessa estratégia, uma vez que é o relógio oficial dos Jogos Olímpicos desde 1932. “Temos uma equipe especializada em desenvolver tecnologias para a Olimpíada”, diz o CEO. “Também somos responsáveis por exibir os resultados na mídia televisiva.” Por sua vez, o evento, que acontecerá sob os braços abertos do Cristo Redentor, daqui a menos de dois anos, vai criar condições para que a Omega também aumente seu faturamento (não revelado) com as vendas no País. “O Rio 2016 vai fazer com que sejamos mais conhecidos no Brasil”, afirma Urquhart.