13/06/2018 - 15:33
Romero Rodrigues é considerado por muitos um dos exemplos brasileiros de empreendedorismo na era digital. Criador do Buscapé, hoje, ele é sócio de um importante fundo de venture capital, a Redpoint eventures. Seu olhar clínico para encontrar startups com potencial de investimento é definidor para o sucesso de seu fundo. E, em sua visão, a nova moda no empreendedorismo está para chegar.
“Nos últimos três anos, a fintechs foram moda. Agora elas estão em um momento de consolidação”, afirma Rodrigues. “A próxima serão as healthtechs”, complementa.
As fintechs são empresas de tecnologia que solucionam problemas financeiros, como meios de pagamento, transações ou até mesmo bancarização. É nesse segmento que as principais startups brasileiras estão baseadas, como Nubank e PagSeguro.
Já as healthtechs são as correlatas da área da saúde. Muito tem sido investido nesse segmento por grandes empresas. É difícil para uma startup ganhar tração em um segmento tão tradicional e que, desde sempre, esteve baseado na confiança entre duas pessoas sentadas em um consultório.
Contudo, elas estão surgindo e já tem até startup com capital aberto. (Sim. A regra comum é que se uma empresa tem capital aberto ela não pode ser uma startup. Mas essa vale a exceção.)
Na última quinta-feira, 7, o Cubo, centro de coworking e aceleração do Itaú, sediou a Redpoint eventures Summit 2018. No evento, Rodrigues e outros sócios do venture capital intermediaram discussões sobre quais as tendências para o mercado de tecnologia. E, apesar do palpite sobre as healthtechs, Rodrigues também deixou outra dica: blockchain. “Ainda é muito novo e há muitos estudos sobre o que pode ser feito com isso”, avalia. “Mas já estamos de olho em algumas iniciativas, pois essa tecnologia pode mudar a forma como enxergamos a informação hoje”, conclui.
Medicina preventiva
Um dos filões das healthtechs é o da medicina preventiva. As startups de tecnologia privilegiam, em grande medida, escala. Valor é importante, mas vender muito é mais. Por isso, o foco tende ser sempre o consumidor final. E o Brasil já tem um caso interessante nessa área.
A InYou nasceu do sonho de um investidor alemão que, após encerrar suas atividades de mineração no Brasil, resolveu investir na saúde. Pois bem. Agora, o que sobrou do capital social da ALL Ore Mineração virou a Advanced Digital Health. E o principal produto, de minério de ferro, passou a ser mapeamento de DNA e um aplicativo para mudança de hábitos.
“Nós pegamos seu DNA, levamos para a Califórnia (EUA) e fazemos um mapeamento genético para oferecer a melhor dieta e rotina de exercícios”, diz Daniel Lindenberg, CEO da empresa que vale, segundo a Bloomberg, cerca de R$ 10 milhões.