A Petrobras divulgou uma nota confirmando a renúncia do executivo Murilo Ferreira à frente do conselho de administração da petroleira estatal, nesta segunda-feira 30.

O fato quase passou sem ser notado no noticiário econômico. Afinal, o mineiro Ferreira está envolto em um dos maiores desafios da Vale, desde que assumiu a empresa em 2011.

A mineradora brasileira pode sofrer diversas multas por conta da tragédia de Mariana, que destruiu a vila de Bento Rodrigues, e pode “matar” o Rio Doce, que, ironicamente, fazia parte do nome da mineradora.

Os reflexos dessa tragédia podem ser sentidos nos números da Vale, que é dona de 50% da Samarco. Desde 6 de novembro, os papeis preferenciais da Vale (VALE5) acumulam queda de 18,6%. Neste ano, a desvalorização chega a 41,1%.

Uma parte expressiva dessa queda pode ser explicada pelo preço de minério de ferro, cotado a menos de US$ 40 a tonelada, uma desvalorização de quase 50% neste ano e a menor cotação da história.

No auge, a Vale chegou a valer mais de R$ 300 bilhões, tornando-se a segunda companhia mais valiosa do Brasil, atrás apenas da Petrobras. Nesta segunda-feira 30, seu valor atingiu R$ 62,8 bilhões, o menor patamar desde 13 de setembro de 2004.

Atualmente, a Vale é a quinta maior empresa em valor de mercado no Brasil. Está atrás de Ambev, Itaú, Bradesco e Cielo – está última acaba de ultrapassá-la com a desvalorização acentuada dos papeis da mineradora neste mês. Desde 2011, as ações da Vale caíram mais de 70%.

A empresa fez o dever de casa para enfrentar essa fase difícil. Está cortando custos e aumentando a produção de ferro. Mas, até agora, o bom humor dos investidores ainda não voltou.