Sem exceção, indivíduos, empresas e setores inteiros tiveram de se reinventar em 2020. No caso da indústria de fundos brasileira, o desafio foi duplo. Além da pandemia e da desaceleração econômica, o País conviveu com as taxas de juros mais baixas da história desde a estabilização da economia em 1994. Isso alterou drasticamente o perfil do mercado de investimentos.

Estimulado pela queda da rentabilidade das aplicações conservadoras e preocupado com os solavancos do mercado (em especial nas ações e na taxa de câmbio), o investidor brasileiro mudou seu comportamento. Houve uma migração de recursos das cadernetas de poupança e da renda fixa tradicional para aplicações mais rentáveis, como fundos de ações e multimercados. “O investidor aumentou seu conhecimento dos produtos financeiros e passou a demandar aplicações mais sofisticadas”, disse o diretor executivo adjunto da Bradesco Asset Management (Bram), Roberto Paris. “E esse movimento vai continuar, apesar do início do processo de elevação dos juros, pois o processo de sofisticação do investidor veio para ficar”, afirmou o superintendente executivo da Bram, Ricardo Eleutério da Silva.

Topo da agenda: busca pela excelência é prioridade para Octavio de Lazari Jr, diretor-presidente do Bradesco

Apesar dos desafios, a indústria de fundos mostrou ser resiliente. “O volume administrado aumentou e não diminuiu. E mesmo no auge da volatilidade não houve saques”, disse Eleutério da Silva. Os investidores estão mais conscientes dos riscos que correm. Mesmo assim, nesses momentos é essencial orientar o cliente em meio às incertezas provocadas pela crise. E foi a excelência no atendimento aos clientes que garantiu à empresa de gestão de recursos do Bradesco o prêmio Melhor Banco Para Investir, edição 2021. “A Bram notou o aumento da sofisticação do mercado, e há alguns anos estamos investindo pesadamente tanto em sistemas quanto na qualidade dos times da gestão”, disse Paris. Esse movimento de busca da excelência está no topo da agenda de Octavio de Lazari Jr., diretor-presidente do Bradesco. Sob seu comando, Paris, Eleutério e o time de 200 profissionais da Bram reconquistaram o prêmio, o mais importante do mercado para o investidor.

CRITÉRIOS Segundo William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVCef), o prêmio Melhor Banco para Investir destaca-se no mercado por ser o único a considerar tanto critérios quantitativos, como o desempenho dos fundos, quanto critérios qualitativos, como a qualidade dos serviços prestados aos clientes.

No critério quantitativo, os fundos que cumprem os requisitos de ter 36 meses de histórico e serem abertos à captação direta dos investidores são analisados por sua relação risco/retorno, medida pelo índice de Sharpe. Uma das mais consagradas métricas de avaliação de fundos, esse índice foi desenvolvido pelo prêmio Nobel de Economia William Sharpe, e compara a rentabilidade do fundo com a rentabilidade de um ativo livre de risco. Os fundos que renderam mais e, simultaneamente, expuseram os investidores aos menores riscos, são avaliados.

Os 25% fundos com os melhores resultados da amostra são divididos. Os 10% excelentes recebem cinco estrelas, e os 15% muito bons recebem quatro estrelas. Esses fundos entram na nota quantitativa do anuário. A parte qualitativa é analisada com a colaboração da empresa de pesquisa de mercado Toluna, parceira do FGVCef, que realiza mil entrevistas com investidores para obter a avaliação da qualidade dos serviços prestados pelas instituições financeiras.