A indústria de acabamentos para banheiros entrou em uma nova fase no Brasil. Na última quarta-feira, a espanhola Roca inaugurou sua primeira fábrica de metais sanitários no País, no município de Vitória de Santo Antão, localizado a 50 km de Recife, capital de Pernambuco, onde foram investidos R$ 44 milhões. A abertura da unidade traz para o País uma tendência: a de soluções integradas em acabamento, que deve provocar uma transformação sem precedentes no setor de material de construção. Hoje, a Roca é a única fabricante instalada no País que pode oferecer todos os produtos para construir ou reformar um banheiro, de piso a torneiras, além de vasos sanitários e lavatórios. 

 

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Ramón Asensio, CEO: ”De um ano e meio a dois, voltaremos a ver o Brasil crescer”

 

É também a única que transita em todas as faixas de renda, com suas marcas Roca, Celite, Incepa, Logasa e Laufen. Com um faturamento de R$ 944 milhões, no ano passado, ainda não conquistou a liderança no Brasil, que se tornou em 2011 seu principal mercado – no mundo, o grupo registrou € 1,6 bilhão de receita em 2013. Contudo, a maior empresa continua sendo a Deca, do grupo Duratex, controlada pela Itaúsa, com R$ 1,3 bilhão em vendas no ano passado. A Roca, que desembarcou no Brasil em 1999, com a compra do grupo suíço Laufen, investiu R$ 221 milhões nos últimos cinco anos. 

 

Essa é sua segunda fábrica construída no País, nos últimos 18 meses. A anterior, destinada à produção de louças sanitárias, em Santa Luzia (MG), recebeu recursos da ordem de R$ 93 milhões. “Por mais que o Brasil não esteja apresentando um crescimento espetacular, acreditamos nele”, afirma Ramón Asensio, CEO mundial do grupo espanhol. “De um ano e meio a dois, voltaremos a ver o País crescer a taxas maiores.” O executivo veio ao País acompanhado dos copresidentes do Conselho Mundial de Administração do Grupo, Javier Roca Hernández e Carlos de Gomar. 

 

Para este ano, a companhia espera crescer de 5% a 10% no País. A unidade é a segunda da Roca em Pernambuco – a primeira produz louças da Celite e está localizada em Recife – e a nona do País. O objetivo é que os metais produzidos abasteçam o mercado brasileiro e da América Latina. O plano é desativar a linha de montagem em Jundiaí, no interior de São Paulo, à medida que que a produção de Vitória de Santo Antão cresça. “Hoje, podemos produzir 500 mil peças, mas a meta é chegar a 1,5 milhão nessa unidade”, afirma Asensio. A expectativa é de que a linha de metais passe a compor mais de 20% da receita da companhia no Brasil.

 

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