30/04/2003 - 7:00
As primeiras picadas na Mata Atlântica foram abertas pelos índios. Depois, os bandeirantes as ampliaram. Em 1694, já havia um caminho, a Estrada Real, que ligava o porto de Parati, no Rio de Janeiro, às minas de Ouro Preto, em Minas Gerais. Por lá, transportava-se o ouro do Brasil Colônia. Mais tarde, quando se descobriram diamantes, a estrada foi levada ao Arraial do Tejuco, atual Diamantina, onde nasceu Juscelino Kubitschek. Esses caminhos, que passam por 171 municípios, fazem parte de um novo roteiro turístico. É a Estrada Real, que promete resgatar o brilho do ouro e das pedras preciosas. ?Vamos gerar receitas de US$ 1,2 bilhão por ano?, garante Robson Andrade, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais e idealizador do projeto. ?Será nossa Santiago de Compostela?, diz o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.
O projeto da Estrada Real prevê a recuperação dos seus 1.410 quilômetros e a atração de investidores dispostos a lançar hotéis e pousadas na região. Estima-se que o valor da riqueza arquitetônica seja de R$ 21 bilhões. Uma das jóias é a igreja Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes, onde há nada menos que 480 quilos de ouro. O projeto da Estrada Real segue o que já é feito em vários países da Europa, onde os governos exploram de forma inteligente sua herança cultural. A intenção é que o novo roteiro possa despertar vários
tipos de turismo: arquitetônico, ecológico, gastronômico,
religioso e cultural. Justamente aqueles que seduzem os
turistas que gastam mais.