04/01/2012 - 21:00
A fracassomania vigente entre analistas diz que o Brasil ainda tem muito a fazer para alçar um lugar entre as nações desenvolvidas. Como contraponto a qualquer indicador de avanço, esses especialistas falam dos históricos atrasos na educação, no saneamento, no transporte, na saúde. Tratam com descaso o reconhecimento externo. E, mesmo com os números sinalizando a melhora, buscam destacar prognósticos negativos. Estão quase sempre olhando para o retrovisor, estimulando o complexo vira-lata que em algum momento fez a maioria acreditar que este é um país que não pode mesmo dar certo. São evidentes as deficiências sociais internas e não se trata aqui de escondê-las.
Mas também são notórias as conquistas. A mais recente delas coloca o Brasil como a sexta maior economia do mundo, ultrapassando em PIB o Reino Unido. É uma notícia que, por si só, reverbera pelos mercados, gerando uma onda de interesse e investimentos para cá ainda mais forte. O ministro Guido Mantega, diante da informação, procurou se antecipar aos críticos de plantão e reconheceu que, no campo da renda per capita nacional, o Brasil levará pelo menos 20 anos para atingir o padrão europeu. Mas qualifique-se o atual estágio de desenvolvimento interno e o quadro será bastante promissor. O Brasil tem crescido, em média, muito acima da maioria. De 2006 para cá avançou 28%, contra apenas 5,7% da eurozona e 2,9% do recém-ultrapassado Reino Unido.
O PIB em dólares quase triplicou e beira os US$ 3 trilhões. Em 2011 o desemprego atingiu o menor índice da década, chegando a promissores 5,2%, contra os 23% verificados atualmente em economias da Europa. O endividamento público segue em queda e o consumo em alta. E, a julgar pelo volume de inversões de capital estrangeiro, essa virou realmente a terra das oportunidades. Apesar do cenário nebuloso externo, nada leva a crer que esse protagonismo econômico esteja em xeque ou que seja revertido. Ainda estamos longe do ideal, mas, observando friamente os indicadores globais, é possível constatar que o momento do Brasil indiscutivelmente chegou.