Com mais de 20 anos de mercado, a TecToy se reinventou ao longo do tempo. De fabricante de brinquedos de alta tecnologia e videogames, a companhia entrou no segmento de tocadores de DVDs e Blu-Rays. 

 

Agora, ela passa a atuar em um novo setor que parece uma volta ao passado. A partir do final de novembro, o varejo brasileiro recebe uma tevê de 14 polegadas com tecnologia de tubo, fabricada em Manaus. 

 

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Tevê de tubo: TecToy, de Fernando Fischer, entra no mercado de televisores

 

O atrativo do produto é que ele vem com um videogame integrado com 12 jogos. A empresa brasileira está de olho nas compras de Natal das classes C e D e está posicionando o aparelho como a segunda televisão da casa, para ser instalada no quarto da criança ou na cozinha. A grande dúvida é se o consumidor comprará um equipamento com tecnologia desatualizada?

 

Os números de produção da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) mostram que as tevês de telas finas já são as preferidas dos brasileiros. De janeiro a setembro de 2010, quase 70% dos televisores produzidos na região eram de tecnologia de LCD e plasma. Os aparelhos de tubo (CRT) eram 30%, mas a sua participação cai de forma acelerada desde 2006.

 

Nesse ano, foram fabricados 12,5 milhões de equipamentos. Nos nove primeiros meses de 2010, apenas três milhões. A Eletros, entidade que representa os fabricantes, estima que 11,5 milhões de tevês serão vendidos no mercado brasileiro em 2010, crescimento de 14,5% em relação ao ano passado. 

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Levantamento da consultoria GfK indica também que as televisões de tela pequena estão perdendo mercado. De janeiro a agosto de 2010, as tevês com 32, 40 e 42 polegadas representaram 70% das vendas. Os aparelhos com 26 polegadas ou menos têm apenas 26% das vendas.

 

Esses dados são indícios de que a estratégia da TecToy é, no mínimo, arriscada. Procurada por DINHEIRO, a empresa não quis se pronunciar, alegando que está em período de silêncio. 

 

Nos nove primeiros meses de 2010, a empresa lucrou R$ 2,1 milhões, resultado que reverte um prejuízo de R$ 37,8 milhões no mesmo período do ano passado. O endividamento caiu de R$ 41,7 milhões, em dezembro de 2007, para R$ 11,8 milhões, em setembro deste ano. 

 

A linha de DVDs, atualmente, é o principal produto da empresa. A nova tevê, mesmo com tela pequena e com tecnologia desatualizada, é a nova aposta para o futuro.