Se fosse uma empresa de tecnologia, seria fácil definir a nova fase da Wella, gigante alemã de cosméticos e líder mundial em tintas para cabelo. Ela está saindo do software para entrar no hardware. Isso mesmo. Depois de ganhar 145 países e atingir faturamento recorde ? um incremento estimado de 22% sobre os 2,824 bilhões de euros de 2000 ?, a gigante de cosméticos acaba de se lançar num setor inovador: o de equipamentos para cabeleireiros. O primeiro produto a chegar ao mercado é a Diagnosis Scanner, uma microcâmera que aumenta em 150 vezes a imagem do cabelo. Trata-se de um scanner que permite analisar o tipo de cabelo e diagnosticar as necessidades. A tecnologia chegou na última semana ao Brasil. ?O produto deve estar em 200 estabelecimentos até o final do ano?, afirma Jens Dexheimer, diretor da divisão profissional da Wella.

A entrada da Wella no setor de ?hardware? tem lá seus motivos. No mundo todo, ela é conhecida como a melhor amiga do cabeleireiro ? uma companhia focada em produtos profissionais. Apenas na América Latina a empresa virou sinônimo de produto para usar em casa. Hoje, o consumidor final é responsável por 80% do faturamento da Wella Brasil. Mas o mercado profissional, estimado em R$ 500 milhões, tem tudo para crescer. A gigante alemã não quer ficar para trás. ?O Brasil é o sexto país mais importante para a Wella no mundo?, lembra Bernadette Caldas, gerente de relações com o mercado. ?A Europa já está saturada.? Enquanto lá fora o setor de cosméticos cresce 5%, o mercado nacional saltou 15% em 2001.

Salão a jato. Além dos novos produtos, a Wella quer mostrar ao brasileiro que o grupo alemão é composto de uma dezena de empresas. A primeira a desembarcar no País é a Welonda, responsável pelo desenvolvimento, produção e comercialização de salões. Em outras palavras: uma empresa que dá assessoria para cabeleireiros, fornecendo desde mobiliário até equipamentos finais, como secadores e vaporizadores. A Welonda deve chegar ao Brasil em 2003. ?Em 6 anos, ela vai representar 10% dos negócios da divisão profissional?, diz. A Wella, no entanto, recusa-se a divulgar seus números.

Outra novidade é a expansão da rede de escolas de cabeleireiro Wella ? também conhecidos por Estúdios Friseur. São 83 academias no mundo, apenas uma no Brasil, em São Paulo. Este mês, será inaugurado o primeiro centro no Rio de Janeiro. ?Vamos abrir quatro escolas em 2002?, conta Dexheimer. Com toda a movimentação, a Wella Brasil espera crescer 40% em 2002. O dobro do mercado.