O empresariado está consciente da necessidade de se evoluir para uma economia de baixo carbono. Porém, o nível de esforço ainda não é suficiente. A conclusão é do Carbon Disclosure Project (CDP), organização sem fins lucrativos que promove a necessidade das empresas de divulgarem seus riscos ambientais. A entidade apresentou um relatório sobre a América Latina, na semana passada, que contou com a participação de 115 empresas. Somando-se todos os projetos de redução de impacto ambiental relatados, 19,3 milhões de toneladas de carbono foram evitadas, o que representa 7% das emissões de CO2 das companhias participantes. Na América Latina, apesar de 59% dos participantes estabelecerem metas para redução das emissões, menos de 10% deles desenvolveram programas de longo prazo e padrões globais de medição, que consideram não apenas a própria operação, mas também o setor.

“Essa falta de visão de longo prazo indica que as empresas ainda não consideram de maneira estratégica a necessidade de transição para o baixo carbono”, diz o relatório. Os projetos direcionados à eficiência energética, que têm rápido retorno financeiro, são os mais relatados pelas empresas, representando 44% do total. Esse tipo de divulgação tem ganhado importância na atração de recursos. O CDP é apoiado por uma rede de investidores que representam mais de US$ 100 trilhões em ativos. “Os investidores estão mais focados do que nunca em saber quem serão os vencedores e os perdedores da transição para a economia de baixo carbono, pois prevê-se que trilhões de dólares em ativos estarão em risco por causa das mudanças climáticas”, afirma Paul Simpson, CEO da entidade.

(Nota publicada na Edição 1002 da Revista Dinheiro)