QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA AQUELE que nunca se sentiu tão cansado e irritado que ficou com vontade de jogar tudo para o alto. Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma), associação internacional para prevenção e tratamento do estresse, feita com mil executivos de São Paulo e do Rio Grande do Sul, mostrou um cenário muito pior do que se suspeitava: 81% dos entrevistados declararam ser vítimas de ansiedade, 86% sentem algum tipo de dor muscular e 52% já tiveram um ataque de raiva. Dentre as causas, a insegurança no mercado de trabalho, a sobrecarga, o excesso de responsabilidades aliado à pouca autonomia, a falta de recursos apropriados para executar tarefas e as relações com os colegas de trabalho lideram a lista no ranking das questões que afetam o comportamento dos empresários. “Não existe vida sem estresse, mas certamente práticas como relaxamento, alimentação saudável e esportes aliviam a tensão”, explica Ana Maria Rossi, presidente da filial brasileira da Isma. DINHEIRO conversou com alguns empresários e executivos para saber como eles conseguem relaxar diante de uma agenda tão atribulada. Acompanhe:

Nome: Rubens Simões
Idade: 41 anos
O que faz: dono da Riva, empresa que produz objetos de prata e aço inox

COM UM JEITÃO tranqüilo beirando o tipo bicho grilo, Rubens Simões conseguiu fazer sua empresa, a Riva, crescer 30% em 2007. Em números: faturou US$ 12 milhões e exportou para mais de 15 países seus produtos de prata e aço inox que vão de faqueiros a jarras. Mesmo com 100 funcionários para liderar, sempre que pode, Simões viaja pelo mundo para surfar. “Às vezes fico aqui de castigo e não consigo viajar. Uma vez estava com tudo pronto para ir a Java, mas não pude por causa de um problema na empresa. Mas não me estresso”, conta Simões. “Também cuido da alimentação e penso positivo. Quando surfo, só penso na onda. Volto com a energia redobrada”, diz.

“DEPOIS DE SURFAR, VOLTO COM A ENERGIA REDOBRADA”

O ESTRESSE NÃO FAZ parte do cotidiano do empresário Reinaldo Varella. Seu segredo é dividir o tempo entre as provas de rali e a administração de sua rede de 60 restaurantes. “Em tudo o que faço, me concentro 100%. Mas, quando se faz o que se gosta, nunca se fica estressado”, diz Varella. Para participar das corridas, algumas até fora do Brasil, Varella leva a família e deixa a empresa a cargo de uma equipe de confiança. E completa: “Graças ao rali, tenho mais tempo de ficar junto da família.”

Nome: Pedro Cabral
Idade: 50 anos
O que faz: CEO da AgênciaClick e presidente da Isobar para a América Latina

NO ANO PASSADO, PEDRO Cabral enfrentou um período de adaptação complicado. Ele vendeu sua empresa de comunicação digital, a AgênciaClick, à Isobar, do grupo inglês Aegis, por US$ 30 milhões, e se tornou presidente na nova companhia para toda a América Latina. Cabral, que tomava as decisões sozinho, passou a ser um executivo e prestar contas à matriz. “Foi difícil me adaptar”, conta ele. O triatlo, esporte que pratica há mais de seis anos, serviu como uma válvula de escape para o executivo. “O triatlo me ajuda muito a ter equilíbrio emocional e também me dá mais disposição, pois fico mais preparado fisicamente.”

“O TRIATLO ME AJUDA MUITO A TER EQUILÍBRIO EMOCIONAL”

Nome: Aref Farkouh
Idade: 55 anos
O que faz: arquiteto e vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

AREF FARKOUH É UM “esportista” que possui várias facetas. Seu rol de atividades inclui ciclismo, cavalgada e tênis. Ele pedala, no mínimo, três vezes por semana e pisa na quadra de tênis duas vezes por semana. Também faz um pouco de musculação e aeróbica para adquirir resistência nas outras modalidades. Além disso, nas férias, anda de jet ski ou esquia na neve. “Não tenho rotina. Visito minhas construções, faço reuniões em São Paulo e, no tempo que me sobra, faço esportes e saio com meus filhos e amigos”, resume Farkouh. “Os esportes me deixam mais sintonizado com a natureza e com o meu corpo.”

“NÃO TENHO ROTINA. VISITO OS MEUS CLIENTES E FAÇO ESPORTES NO TEMPO QUE SOBRA”

Nome: José Talarico
Idade: 54 anos
O que faz: vice-presidente da Pepsico no Brasil

MARATONISTA HÁ 30 ANOS, com treinos diários de segunda a sábado, José Talarico já correu mais de 28 maratonas internacionais. Seu dia começa com uma corrida às 5 horas da manhã. Às 9 horas, Talarico chega ao escritório e não tem hora para sair. Este é o ritmo exigido para trabalhar na gigante mundial que fatura aproximadamente US$ 40 bilhões ao ano. Recentemente, a empresa anunciou um investimento de US$ 300 milhões e a construção de três novas fábricas no Brasil. “Quando se tem um compromisso com a excelência, o estresse é sempre alto. Praticar esportes me mantém absolutamente saudável”, explica.

“PRATICAR ESPORTES ME MANTÉM SAUDÁVEL”