20/08/2003 - 7:00
Nada como um dia após o outro. Depois de um longo inferno astral, a Embratel conseguiu alongar a sua dívida, domar a inadimplência, sobreviver à concorrência e aos arranhões na imagem da sua controladora, a WorldCom. Agora, com a casa em ordem, parte para o ataque. Na última semana, confirmou a aquisição da Vésper, operadora de telefonia que compete com a Telefônica em São Paulo e com a Telemar em outros 16 Estados. Era o que faltava para a Embratel chegar ao que o setor chama de última milha. Em outras palavras, as pessoas poderão ter uma linha Embratel em casa ou no escritório. A operadora não terá de desembolsar nenhum centavo
nem assumir a dívida da Vésper, calculada em US$ 80 milhões. Pelo acordo, ela ficará apenas com o débito com fornecedores, que está hoje em US$ 5 milhões. Os gastos para melhoria de rede, segundo a Embratel, não irão consumir mais do que US$ 10 milhões. Com a aquisição, a operadora quer reforçar seus serviços de voz local e se tornar mais competitiva no acesso de banda larga para pequenas empresas e clientes residenciais. ?Os clientes corporativos são a fatia mais interessante desse negócio. A rede da Vésper é complementar?, afirma Jacqueline Lison, analista de telecomunicações da corretora Fator Dória Atherino. ?A administração está empenhada em mostrar que apanhou e pode dar uma virada.?
A guinada da Embratel ficou evidente com o refinanciamento
da dívida (hoje em R$ 4 bilhões), no começo deste ano. Antes disso, conseguiu outro feito: reduziu a inadimplência de forma significativa ? de 9% da receita bruta para os atuais 3,9%. Graças a um sistema poderoso de cobrança, a operadora pôde controlar os maus pagadores, mandando carta ou até ligando antes do vencimento da conta. ?Conseguimos superar crises difíceis. Nada nos fortalece mais do que viver um momento como esse?, diz Purificacíon Carpynteiro, vice-presidente da Embratel.