02/08/2006 - 7:00
Se você já comprou óculos Fendi, Calvin Klein ou Nike, talvez não saiba, mas é cliente da Marchon Eyewear. A companhia americana, com faturamento estimado em US$ 425 milhões, é responsável pela criação, produção e distribuição dos óculos dessas, entre outras, consagradas grifes. A elas, que pouco interferem nos processos, cabe assinar embaixo. Agora, a marca americana começa a trilhar carreira solo. Com visão de quem está no mercado há 30 anos, ela lançou a linha Marchon Airlock e, no início do mês, trouxe os modelos para o Brasil. Ao contrário dos chamativos óculos escuros da Fendi, a coleção Marchon preza pela discrição, com armações para óculos de grau que não usam nem parafuso. ?Percebemos que faltavam modelos mais sóbrios no mercado?, diz Al Berg, presidente mundial da companhia. ?Por isso montamos uma coleção própria.? Com os lançamentos, a Marchon espera que o volume de seus negócios no Brasil, onde detém 4% do mercado de R$ 1,2 bilhão, cresça 12% neste ano.
No embalo, chegam outras novidades. A marca trouxe também edições limitadas da Fendi e a linha esportiva da Nike Flexon, produzida com metal de alta flexibilidade. Todas criadas pela equipe de design da Marchon Eyewear, que chega a desenvolver 900 modelos por ano. ?Nosso principal trabalho é entender o DNA de cada marca?, diz Berg. Aos olhos dos especialistas, a Marchon consegue fazer isso como poucas. ?A Fendi, por exemplo, tem uma linha que é facilmente identificada de longe?, diz a consultora de moda Danielle Ferraz. Essa diferenciação é vantajosa tanto para as marcas como para a empresa americana. Isso porque evita a concorrência entre as grifes. Afinal, a Marchon recebe royalties que variam de 8% a 15%. Trata-se, contudo, de uma parceria mais comum do que se imagina. A italiana Luxottica, a maior do setor, com faturamento anual de 3 bilhões de euros, faz o mesmo com 24 marcas como Bulgari, Ferragamo e Versace. É um modo simples e lucrativo de se enxergar o negócio.