Uma parafernália de luzes, sons e informações visuais invade a passarela. Um ti-ti-ti percorre as primeiras fileiras e os backstages dos desfiles, que duram escassos dez minutos e podem custar centenas de milhares de reais. O São Paulo Fashion Week (SPFW), considerada a maior feira de moda da América Latina, e que este ano completa 15 anos, pode ser assim resumida. Sua edição Inverno 2011, realizada de sexta 28 de janeiro a quarta-feira 2 de fevereiro, recebeu investimentos de R$ 25 milhões. “Cada edição movimenta cerca de R$ 1 bilhão em vendas”, diz Paulo Borges, idealizador e diretor criativo do SPFW. 

 

“A exposição que a marca tem é imensurável”, diz a estilista Fernanda Yamamoto. Dona da marca que leva seu nome, Fernanda afirma que, após o desfile de estreia, em junho de 2010, o movimento da sua loja aumentou em 30%. 

 

34.jpg

Poder de fogo: a Colcci investe em estrelas globais, como Gisele Bündchen,

para chamar a atenção e vender mais 

 

Sua grife, criada em 2007, é a caçula da programação da semana de moda. Ela disputa a atenção com nomes  pioneiros, que desfilam desde 1996, como Maria Bonita e Lino Villaventura. 

 

Essa vocação democrática do evento coloca nas passarelas do prédio da Fundação Bienal no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, marcas que gastam de R$ 60 mil até R$ 1,5 milhão para apresentar suas coleções. 

 

A catarinense Colcci é uma das milionárias. Para aplacar a crítica ferina dos especialistas em moda, que entortam o nariz para suas coleções, comerciais demais e pouco criativas, a grife contou com a presença midiática da top número 1 do País, Gisele Bündchen. 

 

35.jpg

Satisfeita: Fernanda Yamamoto, cuja grife foi criada em 2007, acredita que a exposição no SPFW é imensurável.

Ela gastou cerca de R$ 60 mil para desfilar 22 modelos

 

E também contratou o ator americano Ashton Kutcher para fazer uma aparição ao lado da patroa, a estonteante Demi Moore. “A presença das celebridades não tem nada a ver com espetáculo”, diz Borges. 

 

“É um reflexo da solidez da economia e da moda do País. E reverberam uma onda que vem da Europa e dos Estados Unidos, onde essas presenças célebres são comuns”, explica ele.

 

De acordo com o criador do SPFW só os 32 desfiles consumiram, no total, cerca de R$ 11 milhões. “O céu é o limite, quando se trata de desfiles de moda”, afirma  Roberto Davidowicz, sócio da Uma. Sua grife participou do evento por sete anos, mas ele agora prefere investir o dinheiro dos desfiles nas feiras de negócios de moda pelo País.