O executivo paulistano Raul Corrêa da Silva lembra com riqueza de detalhes da capa de uma revista que trazia a apresentadora Xuxa Meneghel  em poses sensuais. Também se recorda que  essa mesma revista publicou a primeira entrevista do ex-presidente Jânio Quadros, quando ele ensaiava sua volta à vida pública, em 1978. Na biblioteca que mantém em casa, Corrêa da Silva, hoje com 55 anos e presidente da consultoria BDO RCS, guarda a coleção com mais de 130 exemplares daquela que foi sua publicação preferida nas décadas de 1970 e 1980. 

?Era o tipo de revista que trazia a suavidade do nu feminino com a profundidade das grandes reportagens?, diz ele, referindo-se com carinho à Status, a primeira revista dirigida ao público masculino do País, lançada pela Editora Três, em agosto de 1974 e que circulou até 1987. A boa notícia para Corrêa da Silva é que ele poderá retomar sua coleção a partir da segunda-feira 25. A data marca a chegada às bancas da revista Status do século XXI. 

 

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Um time de status – Da esquerda para a direita, a equipe responsável pela nova publicação: Max G. Pinto, Pedro Matallo, Ariani Carneiro,

Nirlando Beirão, Michelle Kimura, Cinthia Behr, Piti Vieira, Renata Zincone, Carlos Sambrana, Evelyn Leine e Bruno Weis

 

O apuro jornalístico, as grandes reportagens estão lá e o nu feminino continua sendo tratado com elegância. Mas o mundo mudou nessas três décadas que separam a Status de ontem da de hoje. As referências estéticas são outras e os avanços da sociedade moderna, especialmente no campo da tecnologia da informação, demandam publicações ainda mais elaboradas.  

 

?Estamos produzindo uma revista para um homem contemporâneo e antenado, mas que, ao mesmo tempo, mantém as principais características do leitor da Status dos anos 1980: um cara nada óbvio, que não se satisfaz com jargões fáceis, que tenha o sangue quente, mas que ao mesmo tempo não se contente com mulheres-frutas?, afirma Caco Alzugaray, presidente-executivo da Editora Três. 

 

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Elegância em dois tempos: a atriz Sylvia Kristel, em 1974, e a top

Fernanda Tavares, em 2011. O bom gosto estampado na capa  

 

A nova publicação da Editora Três, que entre outros títulos publica as revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, surge com tiragem inicial de 100 mil exemplares. Antes mesmo do lançamento, já contabiliza a  marca de mil assinantes. ?Quando lançamos a revista, na década de 1970, os 60 mil exemplares de tiragem foram vendidos em apenas dois dias?, lembra Domingo Alzugaray, editor e diretor responsável de Status. 

 

Foi Alzugaray quem idealizou o projeto e fez da Status um título fortíssimo com nomes  estrelados do jornalismo, como Paulo Francis, Ignácio de Loyola Brandão, Alberto Dines e tantos outros. ?Status não era só uma revista com belas mulheres. Era uma revista autoral que mudou a concepção do nu?, afirma Carlos Sambrana, diretor de redação da Status. 

 

O público-alvo da Status do século XXI são homens com elevado poder aquisitivo, alto grau de informação e extremamente sofisticados. ?A pretensão é ser a melhor revista mensal do Brasil e temos certeza de que as mulheres também vão acabar se interessando, porque não é uma publicação que agride, é uma revista que pode ficar na mesa da sala de estar?, diz Nirlando Beirão, diretor de projeto da Status. 

 

A nova versão da revista começa com a seção ?Approach?, recheada de notas sobre os mais diversos temas de interesse do homem contemporâneo. De música à internet, passando por tecnologia, notícias e tendências nos cinco continentes. Todos os meses haverá uma entrevista com o nome do momento. Na edição de estreia, a estrela hollywoodiana da hora, Anne Hathaway. 

 

A reportagem de fôlego, que será também uma marca registrada da Status, é sobre a guerra do tráfico que dizima o interior do México. ?É uma revista que poderia estar em qualquer banca do mundo, mas sem esquecer o olhar brasileiro?, afirma Sambrana. O ensaio sensual? Fica por conta de Fernanda Tavares, a top das tops mundiais. E por que ela? ?Porque é a excelente representante da típica mulher brasileira?, diz Sambrana.

 

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