18/03/2016 - 21:40
Ex-presidente adota tom conciliador durante manifestação pró-governo Dilma na Av. Paulista, em São Paulo
A série de vitórias de Luiz Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais a partir de 2002 deve-se, entre outras causas, a uma forte alteração na estratégia de marketing do então candidato Lula. Até 2002, Lula fazia campanha para seus apoiadores, o clássico erro do marketing político de pregar para os já convertidos. Quando alterou seu discurso e assumiu o “Lula paz e amor”, abandonando os aspectos mais radicais de sua estratégia, Lula ganhou a eleição daquele ano, e todas as que se sucederam
O Lula que participou da manifestação a favor do PT, da presidente Dilma Rousseff e do governo que ele passará a integrar quando a Justiça liberar sua posse levou ao palanque generosas doses do “Paz e Amor”. O próprio Lula iniciou seu discurso dizendo que tinha voltado a assumir o papel. E, embora muitos dos oradores que falaram antes dele abusaram da retórica incendiária, pregando inclusive a destituição do juiz Sérgio Moro, Lula estendeu, durante todo o tempo, a mão à oposição.
“Eles usam bandeira verde e amarela e dizem que não gostam de vermelho. Mas se cortarem uma veia, o sangue que vai sair será vermelho”, disse Lula. “Somos todos brasileiros, eles têm direito de comer três vezes por dia e de educar os filhos, e eu quero que todos os brasileiros tenham esse direito”, discursou.
Em sua fala, Lula reforçou as propostas de acordo. “Nunca no meu governo eu conversei tanto com a sociedade, conversei com pequenos, médios e grandes empresários, com pequenos e grandes produtores rurais, com banqueiros, que nunca ganharam tanto dinheiro quanto no meu governo”, disse ele. “E agora eu vou voltar a conversar para ajudar a companheira Dilma a superar essa crise.”
