02/02/2005 - 8:00
O vinil, o velho bolachão que rodava nas vitrolas e foi aposentado pelo CD, está de volta. Amado pelos audiófilos, loucos pelo som original, o LP virou mania ? e, acreditem, promete ser um dos destaques de 2005. Ele aparece nas prateleiras das principais lojas de equipamentos musicais. Ganhou toques de modernidade e tecnologia. Explica-se: há no mercado, hoje, toca-discos que chegam a custar US$ 150 mil. ?Estes aparelhos fazem com que a música soe mais natural?, diz Fernando Andreti, diretor do Clube do Áudio, agremiação de saudosistas de São Paulo. ?Eles conseguem tirar os chiados da gravação.? A indústria que gira em torno do LP tem um pé no futuro, ancorada no atual sucesso dos DJ?s, estrelas internacionais, roqueiros do século 21.
Algumas fábricas na Europa voltaram a fabricar o vinil ? e para executá-lo, trataram de desenvolver a parafernália sonora. A Sony, por exemplo, produz uma vitrola high-tech, a ELP. Em vez de agulha, o que transforma as faixas musicais em som é um leitor a laser. A inglesa Vestax criou um aparelho que grava músicas de arquivos digitais MP3 em discos de vinil. A traquitana custa US$ 6,5 mil.
Trata-se, a rigor, de um movimento quase artesanal, e por isso mesmo cobiçado. Os discos, antes fabricados em massa, agora são produzidos em pequenas quantidades. Os modelos antigos, guardados em casa, viraram moeda de valor. Raridades são vendidas a peso de ouro. ?Há LPs que chegam a valer US$ 30 mil?, diz Júlio César dos Santos, dono da Áudio Classic, loja paulistana especializada em discos antigos. É o caso do primeiro Bob Dylan, na edição americana, ou das primeiras gravações dos Beatles, que chegam a custar US$ 15 mil a unidade. Prepare-se, portanto, para abrir um espaço dentro de casa para os discos que hoje custam R$ 10 e poderão, no futuro, valorizar em ritmo acelerado.
HYPERSPACE
Produzido em aço, tem o desenho retrô que remete
aos primeiros fonógrafos
US$ 5,5 mil
CLEARAUDIO MAXIMUM
Vitrola alemã acionada por três motores que garantem a qualidade do som
US$ 12 mil