Ao que tudo indica, começou a aguardada retomada de investimentos. Quem sinaliza a boa nova é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na semana passada, em conversa com investidores em Nova York, o presidente do banco, Luciano Coutinho, apontou que um ritmo forte de empréstimos passou a ser verificado neste início do ano. E deu números: falou que em janeiro a captação atingiu sonoros R$ 10,1 bilhões por parte do mercado, um volume quase 45% maior que o registrado no mesmo período de 2012. O avanço expressivo continuou em fevereiro. Pelas contas preliminares do executivo, até a penúltima semana do mês, os empréstimos liberados na instituição já somavam quase R$ 10 bilhões, contra R$ 8,1 bilhões assinalados em fevereiro de 2012. 

 

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O indicativo é claro: o setor privado está buscando mais dinheiro para ampliar e melhorar a produção. O coquetel de taxas de juros baixas e incentivos tributários parece estar gerando o grau de confiança necessário para motivar o empresariado. Coutinho crê num primeiro bimestre promissor, capaz de garantir um nível de crescimento do PIB nos patamares almejados pelo governo – entre 3,5% e 4% no ano. E a convicção de que essa retomada é consistente estaria baseada no fato de ela ser puxada pelo setor de máquinas e equipamentos, o primeiro a responder quando o parque industrial entra no trilho do crescimento. Já fazia parte da estratégia oficial usar o BNDES como motor de arranque. 

 

Era uma meta definida pelo ministro Guido Mantega e sua equipe ainda em fins de 2012. Para fazer frente à demanda almejada, o Tesouro iniciou um movimento de reforço do colchão de recursos do banco. E continua a fazê-lo. Está previsto para o segundo semestre mais um aporte de capital, da ordem de R$ 8 bilhões. Pode parecer um valor de capitalização tímido, mas, nesse caso, é dinheiro que entra diretamente no patrimônio líquido – ou seja, descontadas todas as operações de crédito aos clientes. O fomento dos projetos pelo organismo deverá seguir nos próximos meses para várias outras áreas da economia, de maneira a cobrir a maior quantidade de atividades produtivas. Uma injeção de liquidez muito bem-vinda!