04/03/2016 - 0:00
A economia brasileira, como a não merecer qualquer atenção do Governo, segue uma via-crucis deprimente. Na semana passada, o desastre do PIB em 2015, com queda de quase 4%, foi confirmado. E segue para um desempenho semelhante, se não pior, neste ano. A produção industrial, em ritmo de paralisia quase total, perdeu estupendos 6% de seu resultado em relação ao ano imediatamente anterior. Qualquer perspectiva de crescimento ou retomada dentro do cenário atual está fora do radar.
Dentro das contas do governo, os números são impronunciáveis. O rombo na área da previdência chegou a alarmantes R$ 130 bilhões, quase o dobro do verificado em 2014. Não dá mais para seguir nessa marcha de insensatez. Contar com autoridades federais para reverter o quadro virou uma quimera. A presidente Dilma, do alto de sua inoperância, não apresenta qualquer saída. Ao contrário. Trabalha para gerar ainda mais entraves à produção com o lançamento de impostos novos e aumento de alíquotas. É um desatino absoluto!
No mercado financeiro, já se trabalha com a hipótese de que o calote volte a ameaçar a economia brasileira. O temor geral é do descontrole da dívida pública, que já apresenta sinais nesse sentido. A insolvência do Estado decorre hoje de uma combinação explosiva, que soma gastos federais em alta com arrecadação em queda. A presidente Dilma não consegue oferecer opções para a saída dessa armadilha e sequer possui sustentação no Congresso para aprovar uma agenda mínima de reformas. Parlamentares e partidos correm a oferecer a sua própria pauta de medidas, de acordo com interesses e ideologias da sigla.
O PT, por exemplo, alinhava uma das mais retrógradas peças de mudanças econômicas que, se adotada, condenaria de vez o País ao ostracismo no tabuleiro global das nações em desenvolvimento. Na prática, os petistas sonham irresponsavelmente com a volta da tal “nova matriz econômica” com mais nenhum dinheiro em caixa para tanto. Um desatino só comparável aos estragos feitos ao longo de mais de 12 anos de gestão absolutamente inconsequente. Que o Brasil não tenha de passar novamente pelas mãos desses tresloucados.
(Nota publicada na Edição 957 da Revista Dinheiro)