20/05/2011 - 1:03
O líder palestino Mahmud Abbas pediu nesta sexta-feira que o presidente Barack Obama pressione o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para que aceite um Estado palestino com as mesmas fronteiras de 1967, segundo um porta-voz.
“A posição de Netanyahu é um repúdio oficial à iniciativa de Obama, à legitimidade internacional e ao direito internacional”, declarou à AFP o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeina.
Abbas também classificou de “ingerência inaceitável” a exigência do primeiro-ministro israelense para que escolha entre uma aliança com o movimento islamita Hamas e a paz com Israel, segundo o porta-voz.
“As relações Hamas-Fatah são uma questão palestina interna”, reafirmou, considerando que “essa ingerência é inaceitável”.
“Pedimos ao presidente Obama e ao Quarteto para o Oriente Médio (União Europeia, ONU, Rússia e Estados Unidos) que façam pressão sobre Netanyahu para que aceite as fronteiras de 1967”, acrescentou Abu Rudeina.
Pouco depois, um alto dirigente da OLP, Yasser Abed Rabbo, afirmou que Israel deve escolher entre a proposta do presidente americano Barack Obama sobre as fronteiras de 1967 e o reconhecimento de um Estado palestino pela ONU em setembro.
Em visita a Washington, Netanyahu disse esta sexta-feira a Obama que, “embora Israel esteja disposto a assumir generosos compromissos de paz, não está disposto a voltar às fronteiras de 1967 porque estas são indefensáveis”.
Estas declarações ocorreram um dia depois de Obama se pronunciar, em um importante discurso sobre o Oriente Médio, favorável à criação de um Estado palestino baseado nas fronteiras prévias à divisão de 1967.
“O novo governo seguirá o programa da Organização de Libertação da Palestina e de seu presidente Mahmud Abas”, reiterou o porta-voz, em referência aos termos do acordo de reconciliação entre o Fatah de Abbas e o Hamas, que não reconhece Israel.
Netanyahu chegou esta sexta-feira a Washington. Segundo um funcionário israelense, ele estava preocupado e decepcionado com o discurso do presidente Barack Obama, que incitou os israelenses a retomar as conversações de paz com os palestinos.
“Existem coisas que não podem ser varridas para debaixo do tapete”, teria dito Netanyahu, segundo um oficial israelense. “Há uma sensação de que Washington não entende a realidade que enfrentamos”, disse o funcionário.
O discurso de Obama na sexta-feira sobre as revoltas nos países árabes e norte-africanos incluiu um chamado a uma solução negociada no conflito palestino-israelense, baseada nas fronteiras estabelecidas após a Guerra de 1967.
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