13/10/2025 - 10:29
A queda do preço do petróleo por conta do cessar-fogo em Gaza, na última sexta-feira, voltou a colocar o preço da gasolina no Brasil 10% acima da paridade de importação (PPI), apesar da redução de preços feita pela Refinaria de Mataripe, na Bahia, na semana passada.
Já a Petrobras, mantém o preço médio do combustível sem reajuste há 133 dias, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que comemora 42 dias de janelas abertas para importação de gasolina.
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O diesel mantém ligeira defasagem em relação ao mercado internacional, de 3% na média das refinarias brasileiras, puxada pelas refinarias da Petrobras, o que poderia levar a um aumento de R$ 0,10 por litro. No caso da gasolina, para atingir a paridade de importação (PPI), o preço poderia ser reduzido em R$ 0,28 por litro, segundo a Abicom.
O último reajuste do diesel pela Petrobras ocorreu em maio deste ano, uma queda de R$ 0,16/l. Já em Mataripe, onde os reajustes são semanais, o preço do diesel está em linha com o mercado internacional, mas a gasolina também está 10% mais cara.
Vale lembrar que, embora tenha adotado no governo Lula uma política de preços ‘abrasileirada’, a Petrobras não adota mais uma periodicidade para os reajustes e afirma que a paridade internacional não é único critério avaliado.
Procurada, a Petrobras afirmou que “por questões concorrenciais, a companhia não antecipa decisões sobre manutenção ou reajuste de preços”.
A Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala no Brasil, reduziu a gasolina em 1,2% na semana passada, para média de R$ 2,81 o litro, e o diesel em 1,8%, tanto o comum como o menos poluente, S-10, para R$ 3,27 e R$ 3,37 por litro, respectivamente.
Na manhã segunda-feira, o petróleo voltou a subir com as previsões de avanço da demanda global pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para este ano e em 2026. Por volta das 10 horas, o óleo do tipo Brent, referência para a Petrobras, operava em alta de 1,06%, cotado a US$ 63,20 o barril.
Leia a nota da Petrobras:
“Desde maio de 2023, a Petrobras passou a adotar uma estratégia comercial que incorpora as suas melhores condições de produção e logística para a definição dos preços de venda de gasolina e diesel às distribuidoras. Isso nos permite praticar preços competitivos frente às principais alternativas de suprimento e mitigar a volatilidade do mercado internacional, proporcionando períodos de estabilidade de preços para nossos clientes. Essa prática é especialmente importante em momentos de alta volatilidade, como o que vivemos agora.
Por questões concorrenciais, a companhia não antecipa decisões sobre manutenção ou reajuste de preços.
Destacamos que a parcela da Petrobras no preço ao consumidor é, em média, de R$ 2,00 por litro frente a um preço médio nas bombas de R$ 6,21 por litro, conforme levantamento da ANP para a semana de 05/10 a 11/10/2025.”