O empresário Abilio Diniz pode voltar ao varejo. De acordo com uma reportagem da agência de notícias Reuters, o Carrefour avalia uma captar recursos por meio de uma colocação privada de até R$ 5 bilhões em vez da abertura de capital. Diniz e um fundo soberano seriam os principais candidatos.

A alternativa por uma captação privada, de acordo com fonte citada pela Reuters, deve-se ao mau momento dos mercados capitais. O banco de investimento Credit Suisse foi contratado para preparar a operação brasileira para a abertura de capital. De acordo com uma fonte, ouvida por DINHEIRO, o assunto (IPO) “deu uma esfriada”.

Em 2011, Diniz tentou uma fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. A operação só não foi adiante pois sofreu forte resistência de Jean-Charles Naouri, CEO do Casino, o sócio francês do empresário brasileiro.

Naouri entendeu a operação como uma forma de Diniz evitar que o Casino assume o controle do Pão de Açúcar, o que aconteceria em 2012, de acordo com o contrato assinado entre Diniz e Naouri.

Desde aquela época, os dois viveram às turras até que Diniz fechou acordo para deixar o Pão de Açúcar e abrir mão de seus principais direitos, entre eles o cargo de presidente do conselho de administração.

Atualmente, Diniz é presidente do conselho de administração da BRF, fusão da Sadia e Perdigão. Ele também tem algo como R$ 5 bilhões para investir e está atuando de forma conjunta com a gestora Tarpon, que foi essencial para levá-lo para a BRF.

Ele reestruturou a Península Participações, gestora responsável pelos negócios da família, que será mais ativa na compra de participações de empresas. No ano passado, Diniz e a Tarpon compraram uma fatia de 5,22% da varejista suíça Dufry por R$ 500 milhões.

Em entrevista à DINHEIRO, no ano passado, Diniz disse que seu estilo era o de agregar valor nas empresas que adquirisse. O objetivo era fazer grandes negócios a ponto de ganhar assentos no conselho de administração, podendo, dessa forma, influenciar o destino da companhia.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Abílio Diniz negou "veementemente" essa informação. Segundo a assessoria, não há negociações em curso com o Carrefour. Diniz diz desconhecer a origem desse boato. O Carrefour nâo comentou a reportagem da Reuters.