Enquanto a produção industrial agregada calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avançou 8,9% em junho ante maio, a atividade fabril do setor elétrico e eletrônica cresceu 19,9% na mesma base de comparação, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Os dados da produção da indústria elétrica e eletrônica foram calculados descontando os efeitos sazonais.

Esse foi o segundo incremento consecutivo após três quedas seguidas. Vale lembrar que, desde fevereiro deste ano, a produção de bens eletrônicos já estava sendo prejudicada pelos problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos da China ,ressalta o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

“As medidas de isolamento social devido à chegada da covid-19 no Brasil impactaram a produção industrial a partir de meados de março, afetando o mês inteiro de abril. No mês de maio deste ano já começou a ocorrer retorno de algumas unidades industriais, contribuindo para os crescimentos observados nos dois últimos meses”, disse o executivo.

Para ele, os resultados mais favoráveis verificados em maio e junho podem indicar que o pior já passou. Assim sendo, acredita-se que abril foi o mês que sofreu os maiores impactos da pandemia.

Porém, segundo o presidente da Abinee, permanecem as incertezas quanto à evolução do coronavírus, o que leva a um ambiente de cautela.

“No que se refere aos últimos meses, nota-se que os incrementos observados em maio e junho compensaram parte das perdas ocorridas desde fevereiro deste ano”, disse o presidente da Abinee. Porém, segue ele, a produção do setor ainda permanece em patamar inferior ao observado em janeiro de 2020, período anterior à pandemia.

Mesmo assim, segundo Barbato, destaca-se que com as elevações nos dois últimos meses fez com que a produção realizada em junho se aproximasse dos resultados verificados nos mesmos períodos dos anos anteriores.

Ao comparar com junho de 2019, observa-se redução de 3,4%, queda menos expressiva do que as ocorridas em abril, de 43,8%, e maio, de 34%, sempre comparadas aos iguais períodos do ano passado. Essa retração resultou do recuo de 4,9% da área eletrônica e da redução de 2,2% da área elétrica.

No primeiro caso, destacaram-se as quedas na produção de bens de informática (31,5%) e de instrumentos de medida (28,5%). A retração de componentes eletrônicos foi mais modesta (4,4%). Por outro lado, aumentou a produção de aparelhos de áudio e vídeo, em 13,0%, e equipamentos de comunicação, em 9,8%. Na área elétrica, a maior retração, de 21%, foi na produção de lâmpadas, seguida de geradores, transformadores e motores elétricos, com retração de 6,7%, e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica, com queda de 5%. Ainda no que se refere à área elétrica, aumentou a produção de eletrodomésticos (3%) e de pilhas e baterias (0,3%).

Destacou-se a elevação de 7,7% na produção de outros equipamentos elétricos não especificados anteriormente – onde estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos.