As ações da Oi desabavam 35% nesta segunda-feira, 10, após a Justiça do Rio de Janeiro transformar em falência o segundo processo consecutivo de recuperação judicial da antiga “campeã nacional” das telecomunicações.

+ Petrobras pagará R$ 12,16 bi em dividendos em duas parcelas; veja datas

A “convolação” dos processos, como descrito pela Oi em fato relevante ao mercado, prevê “continuação provisória das atividades e gestão pelo administrador judicial”.

A falência do grupo deve encerrar um dos maiores processos de recuperação judicial da história do país.

A Oi entrou com um primeiro pedido em 2016, pressionada por mais de R$ 60 bilhões em dívidas. Naquele primeiro processo, encerrado seis anos após o pedido de proteção contra credores, a Oi acabou vendendo suas principais operações para rivais que incluíram Telefônica Brasil, Claro, TIM e V.Tal, e acabou entrando com um segundo pedido de recuperação judicial em 2023.

Por volta de 15h45, as ações ON da Oi caíam 35,71%, a R$ 0,18, enquanto os papéis PN da companhia recuavam 47,85%, a R$ 2,43.

A Oi, que durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a ter operações na Europa e África, encerrou o primeiro semestre deste ano com dívida líquida de R$ 10 bilhões, com R$ 1,15 bilhão em caixa. O resultado operacional do segundo trimestre foi negativo em quase R$ 100 milhões, segundo dados da companhia.

Na decisão desta segunda-feira, o juízo da recuperação judicial da empresa determinou ainda a suspensão de todas as ações e execuções contra a Oi, bem como a proibição de “qualquer ato de disposição ou oneração de bens do Grupo Oi”.

A Justiça do RJ também determinou o bloqueio de valores do chamado “caixa restrito V.Tal, até ulterior demonstração de respaldo contratual e fático que deem suporte aos recebíveis automaticamente dela descontados”.