O presidente da Accenture no Brasil, Rodolfo Eschenbach, revela que em cerca de um ano de trabalho conjunto com a Volkswagen foi desenvolvida um agente de Inteligência Artificial (IA) próprio para o novo SUV da marca alemã, o Tera.

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Segundo o executivo da Accenture, o agente de IA, que se chama Otto, marca a entrada do primeiro carro com Inteligência Artificial do Brasil.

Eschenbach ainda frisa que é tecnologia 100% brasileira, e que o agente e os processos são ‘exportados para fora’.

“Uma das ideias que a Volkswagen teve, que trabalhamos com eles, foi de colocar Inteligência Artificial generativa no carro, em um carro que é considerado ‘de entrada’, em um carro ‘barato'”, disse.

Rodolfo Eschenbach conta que o agente se chama Otto, tem um design inspirado na Kombi e uma interface com as funcionalidades do carro e aplicativos como Google Maps e Waze, a fim de traçar rotas.

Além disso, o agente de IA do Volkswagen Tera é capaz de responder perguntas acerca da autonomia do carro – ou seja, o dono do carro pode perguntar se o carro possui autonomia de combustível para que ele possa ir até um determinado local sem abastecer.

“E pega dados de telemetria do carro, ele consegue fazer contas”, conta o executivo.

Por fim, o carro também responde a perguntas que poderiam ser feitas a um buscador ou um chatbot de IA como o ChatGPT, já que consegue acessar a internet.

“Ele traz perguntas, consegue pegar informações da internet. O Ciro [Possobom, CEO da Volkswagen no Brasil] falou sobre isso no lançamento [do carro], se você perguntar ‘qual o melhor guitarrista do mundo’, ele traz as respostas de ‘mar aberto’ para isso.”

Desafio atual é usar IA de forma responsável, diz CEO da Accenture

A Accenture, que tem cerca de 2 mil funcionários vinculados a Inteligência Artificial no Brasil e tem investido no tema, vê o uso de IA de forma responsiva como o principal gargalo no contexto atual.

“Tem que avaliar como você vai tratar essa ferramenta, o que chamamos de responsible AI“, comenta Eschenbach.

Para o executivo, os esforços tem de ser no sentido de que as ferramentas bebem das fontes corretas ao colher dados, respeitem a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e tenham os conhecidos guard rails – mecanismos, políticas e restrições projetadas para limitar ou orientar o comportamento de um modelo de inteligência artificial, de modo a evitar usos indesejados, prejudiciais ou ilegais.

Sobre impacto nas empresas, o executivo avalia que ‘ter casos de negócio’ é a chave para usar a tecnologia de forma transformacional.

“Tem que usar a IA para vencer desafio, sair das provas de conceito para de fato escalar.”

A Accenture é uma das maiores empresas globais de consultoria em gestão, tecnologia e serviços terceirizados, prestando assessoria para empresas e governos a com desafios estratégicos e transformação digital.

A empresa opera em mais de 120 países, fatura mais de US$ 65 bilhões por ano e emprega cerca de 800 mil pessoas na sua operação global. O Brasil é um dos principais mercados e Eschenbach integra comitês globais da companhia.

Volkswagen Tera chega em junho e custa menos de R$ 100 mil

O SUV da Volkswagen citado pelo executivo começa a ser vendido no dia 5 de junho, com valor partindo de R$ 99.990 –  sendo um valor promocional e válido para as primeiras 999 unidades; a partir da milésima o preço oficial da versão MPI MT sobe para R$ 103.990.

Principal lançamento da Volkswagen desde a quinta geração do Gol, em 2008, o Tera recebe o motor 1.0 turbo (116 cv e 16,8 kgfm) a partir da versão TSI MT, de R$ 116.990.