03/04/2002 - 7:00
Sabe aqueles hotéis suntuosos com suítes dignas de reis e capazes de causar frisson nos novos-ricos? Esqueça! Quem vai dar as cartas no mercado, nos próximos anos, são os chamados hotéis econômicos e supereconômicos. Pelo menos é assim que pensam os executivos da rede francesa Accor. E não foi por outro motivo que eles decidiram fincar, no topo de 14 dos 20 hotéis que o grupo pretende construir no Brasil neste ano, as bandeiras Ibis e Formule 1. O primeiro tem como alvo viajantes de negócios com cargos de baixa e média gerência. O outro, por sua vez, é destinado aos tradicionais hóspedes de pensões ou que costumam ?pousar? na casa de amigos. De acordo com Paulo Salvador, diretor de Marketing e Vendas da Accor, é com este perfil que a rede pretende manter seu projeto de expansão no País: ?Não há espaço para construção de empreendimentos de luxo nos próximos quatro anos?, avalia Salvador. Segundo ele, a ampliação da rede vai consumir R$ 600 milhões este ano. Deste montante, os investidores (incorporadoras, fundos de pensão e cotistas, por exemplo) vão bancar R$ 500 milhões.
O Formule 1 transformou-se em uma espécie de menina-dos-olhos para a Accor. E não poderia ser diferente. Desde a abertura da primeira unidade ? em agosto de 2001, em São Paulo ? a ocupação mantém-se na faixa de 100%, contra 58%, em média, do mercado. ?A fórmula é vitoriosa porque alia a boa localização do empreendimento com uma tarifa extremamente reduzida (R$ 49 por noite), além do baixo custo de manutenção para o operador?, explica Salvador. Não é por outro motivo que a rede pretende chegar ao final de 2006 com 17 unidades deste tipo. O otimismo do executivo, contudo, não é unânime. Julio Serson, presidente da ABIH, que reúne as entidades do setor, argumenta que o mercado está saturado em todos os níveis. A gigante francesa, que fatura
R$ 4 bilhões apenas no Brasil, decidiu pagar para ver!