Os ajustes promovidos pelo governo federal no Minha Casa Minha Vida (MCMV) e o aumento na oferta de recursos para financiar a compra e a construção de moradias dentro do programa habitacional explicaram o crescimento das atividades no setor ao longo do ano passado.

“O acerto na métrica do Minha Casa Minha Vida fez mercado responder positivamente, com mais lançamentos e vendas”, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correa, em apresentação à imprensa. “O aumento no orçamento do FGTS para o programa também foi importante”, emendou.

Desde 2023, o MCMV passou por uma série de ajustes, que passaram por elevação do subsídio para famílias de menor renda, corte de juros, aumento da renda média das famílias admitidas no programa, bem como do preço máximo dos imóveis aceitos – o limite é de R$ 350 mil.

Além disso, o orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o programa habitacional cresceu de R$ 86 bilhões para R$ 130 bilhões entre 2023 e 2024.

O sócio e fundador da consultoria Brain, Marcos Kahtalian, acrescentou que o mercado imobiliário como um todo foi impulsionado pelo crescimento da economia brasileira e pelo aumento da renda total da população. “O mercado de trabalho se manteve aquecido, com a menor taxa de desemprego já registrada. Então, a população foi às compras”, observou.

Kahtalian citou ainda o amadurecimento da população brasileira, com um aumento na participação de pessoas com idade em torno de 40 anos na pirâmide demográfica. Nessa faixa etária se costuma tomar a decisão da compra do imóvel, lembrou.

Por sua vez, o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e presidente da Comissão Imobiliária da CBIC, Ely Werthein, disse que houve uma valorização dos imóveis, fator que incentivou os compradores a fecharem negócio. “Há uma percepção de valorização imobiliária. Mesmo com juros altos, as pessoas sabem que imóvel é um negócio de longo prazo. Quem precisa comprar, tomou a decisão”.