A aquisição da Bematech pela Totvs promete criar uma gigante brasileira na oferta de tecnologias para o varejo. E os reflexos do anúncio realizado no começo da noite de sexta-feira (14) já começam a ser percebidos no mercado. As ações da Bematech dispararam hoje no fim da manhã e estavam sendo negociadas a R$ 9,42, alta de 41,62%, às 12h39. Já os papeis da Totvs acumulavam alta de 2,89%, cotadas a R$ 32,77.

Em teleconferência com analistas realizada pela manhã, os executivos das duas companhias destacaram alguns dos fatores por trás do acordo. A complementaridade dos portfólios e a criação de um amplo leque de ofertas foi um dos pontos da conversa. “Vamos passar a atender o varejo de A a Z”, disse Rodrigo Kede, presidente da Totvs. “Estamos trabalhando na construção da maior empresa de automação comercial do varejo no país”, afirmou Cleber Morais, CEO da Bematech.

Os dois executivos não estimaram uma cifra exata para as sinergias decorrentes da transação. Eles destacaram, no entanto, outras vantagens. Para a Totvs, um dos benefícios será ampliar sua capilaridade, com o acesso a mais de 5 mil canais de distribuição da Bematech. Outra oportunidade será explorar a oferta de seus softwares de gestão aos mais de 500 mil clientes da Bematech. Kede ressaltou ainda a possibilidade de acessar uma base gigantesca de dados para refinar o conhecimento do comportamento dos consumidores e dos varejistas, em cada subsegmento do varejo.

A aquisição traz também um novo componente ao portfólio da Totvs: o hardware. Kede observou que os equipamentos de automação respondem por cerca de 10% da operação combinada e serão um pilar importante na oferta completa de pacotes de hardware, software e serviços aos varejistas nos pontos de venda. Levando-se em conta os resultados da Totvs e da Bematech em 2014, a nova operação tem uma receita combinada de pouco mais de R$ 2,2 bilhões. 

Segundo o presidente da Totvs, a Bematech não atuará como uma unidade independente de negócios. A empresa será incorporada à operação e  a ideia é manter toda a equipe de gestão da companhia. Kede e Morais não deram mais detalhes sobre como funcionará essa integração. Eles afirmaram que o processo começará a ser desenhado a partir das assembleias de acionistas das duas companhias, marcadas para 3 de setembro. Os próximos passos da operação incluem ainda a análise do acordo pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).