As ações da Casas Bahia desabavam mais de 12% nesta quarta-feira, 26, após a varejista convocar assembleias de acionistas e debênturistas para decidir sobre aumento do capital autorizado e reperfilamento de dívidas, em uma estratégia que contempla a possibilidade de conversão de debêntures em ações.

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Na ocasião da divulgação do balanço do terceiro trimestre, que mostrou prejuízo líquido de R$ 496 milhões, pressionado pelas despesas financeiras, o vice-presidente financeiro da empresa, Elcio Ito, disse que o grupo estava trabalhando em algumas iniciativas para continuar melhorando a estrutura de capital.

A assembleia de debenturistas marcada para o dia 17 de dezembro envolve papéis da 10ª emissão de debêntures, enquanto a AGE no mesmo dia decidirá sobre um aumento do capital de até R$ 13,25 bilhões.

“A proposta de reperfilamento agressiva denota a intenção de rediscutir as condições da dívida, inclusive com possível conversão em ações — considerando a proposta de aumento do capital autorizado”, citaram analistas do Safra, acrescentando que se trata de uma dívida de R$ 3 bilhões.

“A notícia é positiva do ponto de vista de estrutura de capital, mas deve trazer uma diluição relevante caso a nossa hipótese de conversão em ações se confirme”, acrescentaram.

Em agosto, Mapa Capital tornou-se a maior acionista da Casas Bahia após conversão em ações de R$ 1,40 bilhão de debêntures da série 2 da 10ª emissão, movimento que ocorreu após acordo da Mapa com Bradesco e Banco do Brasil que detinham as debêntures.

Desde a operação, a Casas Bahia começou a ser procurada por algumas assets com interesse de fazer um movimento semelhante, afirmou uma fonte com conhecimento das discussões.

A proposta de aumento de capital é um meio de dar flexibilidade para o conselho de administração da varejista, uma vez que, se a companhia decidir converter um volume grande de dívida em ações precisará estender aos demais acionistas as mesmas condições.

Por volta de 11h, as ações da Casas Bahia caíam 12,07%, a R$ 3,57. Na véspera, fecharam com alta de 6,84%, completando três pregões seguidos de forte valorização (+11,11% na segunda-feira e +4,27% na sexta-feira).