27/08/2024 - 11:26
A Cielo informou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deferiu na segunda-feira, 26, a conversão do registro de companhia aberta da empresa da categoria “A” para categoria “B”. Assim, as ações de emissão da Cielo deixam de ser negociadas na B3.
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Em fato relevante, a empresa diz que os acionistas remanescentes seguem podendo alienar suas ações mediante pedido apresentado ao escriturador das ações de emissão da companhia, conforme prazos e procedimentos detalhados no aviso aos acionistas divulgado em 14 de agosto de 2024.
A empresa diz ainda que serão adotadas as medidas necessárias para convocar oportunamente uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) a fim de deliberar sobre o resgate compulsório da totalidade das ações da companhia em circulação remanescentes, de forma que, caso o Resgate Compulsório seja aprovado, o período de Aquisições Supervenientes será automaticamente encerrado na data da AGE.
15 anos na Bolsa
A Cielo se despedirá da Bolsa após 15 anos com uma nova perda de participação de mercado, ampliando o desafio que os bancos controladores da companhia, Bradesco e Banco do Brasil, enfrentarão após o fechamento de capital ser concluído.
As instituições consideram que, fora da B3, a Cielo terá uma flexibilidade maior em mudar sua estratégia, o que deve não só reverter a perda de terreno como ajudar os dois bancos a avançar junto às pequenas e médias empresas (PMEs).
No segundo trimestre deste ano, a participação de mercado da Cielo caiu para 19,9%, contra 22,3% no mesmo período do ano passado. A rival Rede ficou com 22,8%, mantendo a liderança que conquistou exatamente um ano antes, mesmo tendo perdido parte de seu espaço para rivais como Getnet e Stone. O PagBank ainda não divulgou os números do segundo trimestre.
Quando desembarcou na Bolsa, em 2009, a Cielo dividia o mercado com a Rede, sendo que ambas tinham outros nomes: eram Visanet e Redecard, respectivamente. À época, imperava o processamento fechado, o que significava que a Visanet só processava cartões com a bandeira Visa, e a Redecard, os da Mastercard.
O duopólio foi quebrado pelo Banco Central, e a partir de 2010 as maquininhas passaram a aceitar múltiplas bandeiras. Ao longo da década seguinte, rivais como a então PagSeguro, hoje PagBank, entraram no negócio, empresas como a Getnet cresceram, e novatas como a Stone surgiram. Gradualmente, a fatia de mercado das antigas líderes caiu.