A Bolsa brasileira (B3) informou que, a partir do encerramento do pregão desta terça-feira, 30, excluirá as ações da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, negociadas sob o ticker GOLL4, de todos os seus índices, em virtude do pedido de recuperação judicial pela companhia perante o Tribunal de Falências dos Estados Unidos, bem como das demais repercussões no mercado.

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A Gol terá seus títulos excluídos dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular da terça-feira, 30, sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores.

Com isso, a “GOLL4” segue negociada normalmente, mas passa a ser listada na B3 sob o título de “Outras Condições” a partir do pregão desta terça-feira. Com essa desvalorização, perdeu R$ 674 milhões de valor de mercado, passando a valer R$ 1.323.758.

Como ficam os investidores da Gol

A IstoÉ Dinheiro procurou analistas do mercado financeiro para entender o impacto da decisão da B3 com os investidores da empresa. Para o sócio da Itapeva Consultoria, Renoir Vieira, a principal consequência é que a medida deve gerar um fluxo de venda ações da empresa por gestoras que replicam esses índices ou que utiliza os índices como benckmark.

“Isso traz uma pressão adicional sobre os preços das ações em um cenário desafiador. Além disso, os investidores devem ficar atentos a diminuição de liquidez dos papéis da empresa, algo que podem aumentar o desconto das ações e trazer maior volatilidade no longo prazo”, acrescenta.

Ainda segundo o especialista, a decisão da B3 é algo já esperado, pois o processo ocorre geralmente com empresas que entram com recuperação judicial.

“Esse movimento de retirada dos índices trás mais pressão vendedora para o ativo, uma vez que todos os fundos passivos (que se espelham em índices), como ETFs, por exemplo, devem ajustar a posição e, no caso, se desfazer as ações”, complementa.

O especialista em investimentos da Multiplike, Peterson Rizzo, lembra também que o mesmo caso ocorreu com a Americanas no início do ano passado.

“Devido ao pedido de recuperação judicial, existe uma desconfiança maior do mercado sobre a companhia, o que reflete diretamente no sentido dos preços dos papéis. Como existe uma quantidade maior na oferta de venda e menor demanda de compras de ações, os preços das ações devem continuar caindo drasticamente”, finaliza.

Em seu último dia no Ibovespa, no pregão desta segunda-feira, 29, o papel  da companhia aérea registrou queda de 33,61% e com cotação a R$ 3,93.