25/03/2022 - 20:00
A aprovação do acordo com a Argentina pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) é um “passo à frente” no processo de “estabilização macroeconômica” e “recuperação econômica”, afirmou nesta sexta-feira (25) à AFP o ministro da Economia argentino, Martín Guzmán.
“É um passo à frente importante para a Argentina no processo de estabilização macroeconômica, que permite que o país siga construindo condições para poder dar continuidade à recuperação econômica tão forte que vem vivendo”, disse Guzmán à AFP em Paris.
A diretoria do FMI aprovou o acordo obtido com o país sul-americano no começo de março, sobre um programa de refinanciamento da dívida de quase 45 bilhões de dólares, herança de um empréstimo recorde feito em 2018 pelo governo anterior.
Para Guzmán, que se reuniu na França com o Clube de Paris e a Agência Internacional de Energia (AIE), o refinanciamento das dívidas de 2018 e 2019 permitirá uma “maior estabilidade” e potencializará “o crescimento dos investimentos”, assim como a “recuperação do emprego e da produção”.
A aprovação ocorre no contexto da ofensiva russa na Ucrânia, que desencadeou uma escalada dos preços das matérias primas a nível mundial e atinge especialmente os alimentos e combustíveis.
O ministro da Economia argentino defendeu a necessidade de “ações dos governos” para lidar com o problema de distribuição e garantiu abordarão os “diferentes desafios” que se apresentarem “no plano fiscal e dos preços” no âmbito do acordo do FMI.
Quanto à promessa de reduzir o déficit de 3% em 2021 a 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, Guzmán afirmou que será feito “sobre a base de crescimento econômico” e deu como exemplo o último ano.
“Em 2021, (…) foi possível reduzir o déficit primário do setor público de 6,4% do PIB em 2020 para 3% do PIB, em meio a uma economia que cresceu mais de 10%”, apontou a autoridade argentina.
O Congresso bicameral do país já deu seu aval ao acordo com a instituição monetária, ainda que a votação tenha refletido uma fratura entre os governistas, já que vários de seus parlamentares votaram contra.
“O programa foi aprovado pelas câmaras com 80% de votos a favor e este é um resultado muito importante”, explicou Guzmán, observando que “no passado, houve 21 acordos e programas entre a Argentina e o FMI” e “nenhum funcionou”.