GENEBRA, 12 novembro 2013 (AFP) – As nações que fazem parte do OMC estão dolorosamente perto de um projeto de acordo para reduzir as barreiras do comércio global com a aproximação da cúpula de Bali e os esforços devem ser redobrados para realizá-lo, disse o diretor geral da OMC nesta terça-feira.

“Estamos muito perto do sucesso para aceitar o fracasso”, disse Roberto Azevêdo em uma sessão com 159 membros da Organização Mundial do Comércio.

“Por isso, a única opção é fazer uma última tentativa”, acrescentou.

Os negociadores estão trabalhando contra o relógio na sede da OMC em Genebra para tentar resolver as diferenças entre os países ricos, as potências emergentes e as nações mais pobres do mundo sobre o toma lá dá cá necessário para chegar a um acordo na reunião de ministros do Comércio nos dias 3 a 6 de dezembro na ilha indonésia de Bali.

Azevêdo, o ex-enviado brasileiro na OMC que assumiu como diretor geral da OMC em setembro, tem tido o que as fontes descreveram como uma dura série de conversas com nações separadamente, pequenos grupos e membros plenos para preencher as brechas.

“Devemos intensificar nosso trabalho para este estímulo final nos próximos dias. Eu repito, temos que acabar com isso nos próximos dias”, afirmou Azevêdo.

O Conselho Geral da ONU deve decidir no dia 21 de novembro se pode colocar um acordo sobre a mesa para ser assinado pelos ministros em Bali.

“Realmente não há perspectiva de negociação em Bali. Isso não vai acontecer”, disse uma fonte próxima às negociações.

A reunião de Bali é vista talvez como a última chance de reativar a famosa Rodada Doha, lançada em 2001 em uma reunião no Qatar.

O objetivo da Rodada é criar um acordo com abrangência global para a abertura dos mercados e suspensão de barreiras, de forma a aparelhar o comércio internacional para desenvolver as economias mais pobres.

As regras da OMC requerem que esses acordos sejam unânimes, mas amargas diferenças sobre as concessões alimentam as disputas, principalmente entre China, União Europeia, Índia e os Estados Unidos, deixando as conversas paralisadas por anos e levando muitos países a se focar em acordos regionais e bilaterais.

Não ter um resultado em Bali significaria não ter negociações sérias da OMC por um longo tempo, dizem as fontes, destacando que os acordos regionais tendem a envolver países ricos ou potências emergentes, significando que as nações mais pobres seriam marginalizadas.

Os negociadores reduziram, há tempos, as chances de a reunião de Bali oferecer um grande estímulo à Rodada Doha, mas, conscientes do simbolismo inerente ao fracasso total, eles continuaram a visar aos acordos com menor potencial que podem ser incluídos no pacote mais tarde.

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