Por Sayantani Ghosh e Tim Kelly

(Reuters) – A empresa de pagamentos PayPal afirmou que comprará a companhia japonesa de “compre agora, pague depois” (BNPL) Paidy, num acordo de 2,7 bilhões de dólares, dando mais um passo para tentar dominar uma indústria catalisada pela pandemia.

O acordo acompanha o negócio da rival Square no mês passado para comprar a australiana Afterpay por 29 bilhões de dólares, o que, segundo especialistas, foi provavelmente o começo da consolidação do setor.

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A compra da Paidy ajudará o PayPal a se expandir em um país onde o volume de compras online mais que triplicou nos últimos 10 anos, chegando a 200 bilhões de dólares, embora mais de dois terços de todas as compras ainda sejam feitas em dinheiro, disse o PayPal em apresentação a investidores.

A Paidy, com mais de 6 milhões de usuários, oferece serviços de pagamentos que permitem que os clientes japoneses façam compras online e paguem posteriormente em uma loja de conveniência ou por meio de transferência bancária.

Consumidores japoneses tradicionalmente preferem dinheiro, mas isso tem mudado nos últimos anos, principalmente nas cidades, afirmou Ejii Taniguchi, economista da consultoria Japan Research Institute.

“Uma das coisas notáveis sobre o mercado japonês de BNPL em comparação ao dos Estados Unidos ou Europa é que a maioria dos usuários resolve o seu saldo pendente até o fim do mês em um único pagamento. No Japão, acumular dívida é mais mal visto”.

Alimentado por programas de auxílio emergencial, o modelo de negócios BNPL tem sido muito bem sucedido durante a pandemia, especialmente nos países ocidentais.

Essas empresas ganham dinheiro cobrando uma taxa dos comerciantes para oferecer pequenos empréstimos no ponto de venda que os consumidores pagam em prestações sem juros, ignorando verificações de crédito.

O PayPal entrou na Austrália ano passado, aumentando participação em empresas menores como a Sezzle. A empresa está entre as vencedoras da pandemia porque mais pessoas usaram seus serviços para compras online e pagamento de contas.

Empresas forçadas a levar suas lojas à internet também migraram ao PayPal, reforçando as contas ativas da sua base de consumidores para mais de 400 milhões de pessoas.

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