O cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) de matar o marido, embarcou no domingo (28) para a Alemanha, dois dias após ser solto em razão de um habeas corpus.

A informação é da 4ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que aceitou a denúncia do MP por homicídio qualificado, apresentada nesta segunda-feira, e decretou a prisão preventiva de Hahn e a inclusão do nome dele na lista de foragidos da Interpol.

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Segundo o portal de notícias G1, Hahn deixou o Rio na noite de domingo e chegou a Frankfurt na manhã desta segunda.

Hahn havia sido preso em 6 de agosto sob suspeita de assassinar o marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, com quem foi casado por 20 anos, e tentar encobrir o crime.

De acordo com a polícia, o diplomata afirmou que a vítima teria passado mal e sofrido uma queda. Contudo, uma análise do corpo e do imóvel em que o casal residia em Ipanema, bairro nobre da zona sul carioca, aponta que Biot teria sido espancado – ele teria sido incapaz de reagir por, segundo a denúncia da promotoria, estar alcoolizado e sob efeito de medicação para tratar ansiedade.

A peça de acusação apresentada à Justiça afirma ainda que Hahn nutria “abjeto sentimento de posse” pela vítima, “subjugando-a financeira e psicologicamente, e não admitindo que o ofendido tentasse estabelecer algum nível de independência do denunciado, seja economicamente, seja estabelecendo relações de amizade com outras pessoas”.

Passaporte não foi apreendido

O alemão vinha até então sendo mantido em prisão preventiva, mas acabou solto na semana passada, em 26 de agosto, por decisão judicial que entendeu que o MP estava demorando demais para denunciá-lo à Justiça. Ele não teve o passaporte apreendido pelas autoridades brasileiras.

“A Polícia Civil fez todo o trabalho investigativo para prender e elucidar a autoria, mas a polícia depende do esforço de todos os órgãos para ele [Uwe] ser mantido preso, processado e julgado. Uma vez reconhecido o excesso de prazo, poderia ter sido retido o passaporte para dificultar a fuga”, afirmou a delegada responsável pelo caso, Camila Lourenço, ao G1.

ra/lf (AFP, ABR, ots)