07/11/2023 - 20:28
Uma adolescente de 15 anos denunciou à polícia ter sido estuprada por pelo menos dois homens, que são conhecidos dela, na madrugada da última sexta-feira, 3, quando estava na casa de uma amiga, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ela afirma ter sido dopada antes do estupro, que foi filmado. A adolescente diz que não se lembra de nada e que soube do estupro ao ver as imagens nas redes sociais. A Polícia Civil investiga o caso.
Segundo familiares da adolescente, ela estava dormindo na casa de uma amiga, na noite de quinta para sexta-feira, quando um grupo de rapazes, amigos dela e da dona da casa, chegou e as acordou. Eles começaram a praticar um jogo conhecido como “desafio”, durante o qual foi questionado se a adolescente ficaria com um dos rapazes. Ela respondeu que não. Durante a brincadeira, a adolescente foi instigada a consumir bebida alcoólica. A partir de certo momento, ela não se lembra de nada.
“Eu não lembro do que aconteceu, não lembro de nada. Só lembro de ser acordada, desmaiada. Só que eles jogaram na mídia eu sendo estuprada, eles próprios me estuprando. Só quero minha vida de volta, é muito ruim você sair na rua e ser olhada. Tô tendo que tomar coquetel para não pegar doença, por um mês”, contou a adolescente à TV Globo, na manhã desta terça-feira, 7.
Na manhã de sexta-feira, o grupo ligou para uma irmã da adolescente e pediu que ela fosse buscar a menina na casa da amiga. A irmã foi e, diante do estado da adolescente, perguntou se eles haviam usado drogas, o que o grupo negou.
Logo depois, vídeos com cenas do estupro começaram a circular pelos aplicativos de mensagens e pelas redes sociais. Em pelo menos um deles os supostos autores do estupro foram marcados. Foi por meio dessas imagens que a adolescente e sua família descobriram que ela teria sido vítima de um estupro, praticado por pelo menos dois homens, de 20 e 22 anos.
A adolescente foi à 58ª DP, na Posse, em Nova Iguaçu, na tarde de sábado, 4, com as irmãs. Ao contar a história, ela foi orientada a ir para o hospital e fazer exames. A menina recebeu atendimento e começou a tomar o coquetel anti-HIV, que deve ser usado durante um mês. Ao sair do hospital, as mulheres voltaram à delegacia, aguardaram horas e acabaram indo embora sem registrar a ocorrência.
A vítima voltou à delegacia na segunda-feira, 6, e conseguiu registrar o caso. Ela foi ouvida por uma mulher e acompanhada por uma das irmãs. Depois foi levada sozinha ao local do suposto crime. Ainda na segunda-feira, três rapazes de 15, 16 e 17 anos, que teriam testemunhado o estupro, prestaram depoimento à polícia. Enquanto eles depunham, a menina foi levada ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez exames para constatar o estupro.
A investigação acabou transferida para a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu, onde a vítima vai prestar novo depoimento, agora acompanhada de uma especialista em violência sexual contra adolescentes. Até a tarde desta terça-feira, 7, ninguém havia sido preso – dois celulares de supostas testemunhas do crime foram apreendidos. A polícia já encontrou mais de dez vídeos gravados durante o suposto estupro.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que a investigação está em andamento e “a equipe especializada está em contato com a vítima, que será ouvida novamente, por meio de depoimento especial”. Ainda segundo a nota, continuam sendo feitas diligências para esclarecer o caso.