Oenduro é uma espécie de rali a cavalo. Tornou-se moda entre os executivos amantes da aventura e do campo. A modalidade chegou há 10 anos no Brasil. Em 2004, o País terá pela primeira vez uma prova classificatória para a Copa do Mundo de Dubai, nos Emirados Árabes. Isso deverá atrair competidores do mundo todo e trazer dinheiro internacional para a prova brasileira. ?O Brasil brilhou na última Copa do Mundo na Itália e isso está chamando a atenção para o País?, diz Luciano Cury, presidente da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe. A expectativa dos entusiastas do cavalo árabe é que o esporte se torne olímpico já nos Jogos de Pequim, em 2008. É um ímã a mais para os adeptos do esporte, em sua maioria profissionais liberais e gente do mercado financeiro.

Leo Steinbruch, de 35 anos, é um deles. O produtor cultural começou a montar aos 14 anos no hipismo clássico e migrou para o enduro há 12 anos. Ele é mais um dos apaixonados pelo cavalo árabe que transformou o lazer em negócios. Steinbruch ? primo de Benjamin Steinbruch, dono da CSN ? investiu US$ 1 milhão no haras com 150 animais, em Bragança Paulista. Na rabeira do esporte, agora pretende também negociar puros-sangues. ?Em cinco anos será lucrativo?, diz.

 

O enduro não é atividade simples. Ela exige sacrifícios. DINHEIRO acompanhou, no final do ano passado, a Copa Nacional de Enduro do Cavalo Árabe, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Às cinco horas da manhã, os cavaleiros já estão de prontidão para percorrer 92 quilômetros de trilhas no mato. Por isso, esqueça a imagem de cavaleiros impecavelmente trajados e botas engraxadas. No enduro, o atleta usa tênis porque muitas vezes precisa descer do cavalo e correr ao lado do animal em trechos acidentados do percurso. Provas de média dificuldade, como foi a de Ribeirão Preto, podem durar cerca de 6 horas. Nela, o trajeto tem quatro etapas, com paradas previstas entre uma e outra para a checagem das condições físicas do animal. Um veterinário confere batimento cardíaco e o estado do cavalo. Mas apesar do jeito rural do enduro, não falta sofisticação. Ao lado do tênis confortável, selas francesas da marca Gaston Mercier, cujo valor gira em torno de 1,5 mil euros, e os capacetes italianos LAS são os favoritos dos enduristas de elite ? aqueles que se aventuram nas provas de maior dificuldade. E quem pensa que enduro é um esporte masculino, diga adeus ao preconceito. Homens e mulheres competem lado a lado. No enduro de Ribeirão, o primeiro lugar ficou com a psicóloga Silvia Egushi. Entre as cinco primeiras posições, elas levaram quatro.