14/06/2006 - 7:00
Paisagistas, arquitetos e engenheiros passaram meses no Nepal estudando as características do Monte Everest, o maior pico do planeta com 8.850 metros de altitude. A expedição, ao redor desse gigante, cartografou os acidentes geográficos, analisou as plantas nativas e as peculiaridades da região. O resultado do levantamento, contudo, não foi usado por universidades e muito menos por centros de pesquisa. A análise ficou a cargo da Walt Disney World e todas as informações serviram para erguer uma das montanhas-russas mais caras da história. Inaugurada em abril deste ano, a Expedition Everest, no parque Animal Kingdon, em Orlando, custou US$ 110 milhões. É a nova atração em meio a outros brinquedos colossais também instalados em Orlando como a Test Track, cujo valor alcançou US$ 130 milhões, e a Mission Space, que consumiu US$ 105 milhões, ambas no Epcot Center. Há também a The Adventures of Spiderman, no Adventure?s Islands, da Universal Studios, cujo investimento atingiu US$ 105 milhões.
Nem o Hopi Hari, maior parque da América Latina, localizado no interior de São Paulo, saiu tão caro. Com 760 mil m² e cerca de 40 atrações, foi construído com um orçamento de, aproximadamente, US$ 100 milhões. Mas, afinal, o que faz os brinquedos americanos custarem tanto? O uso de efeitos especiais mesclado com a engenharia. A Mission Space, por exemplo, leva os passageiros a um passeio no Espaço. No caso da The Adventures of Spiderman, há um simulador que se move sobre trilhos e ainda projeta filme em três dimensões. Com óculos especiais, os turistas têm a impressão de que os personagens da história em quadrinhos estão dentro do vagão. ?É uma tecnologia única no mundo?, diz Marcos Barros, diretor de vendas da Universal Studios para a América Latina. O Test Track, por sua vez, faz o visitante experimentar a sensação de estar num carro em alta velocidade, com curvas fechadas e freadas bruscas.
O investimento dos parques, afirmam especialistas, vale cada centavo. Isso porque as montanhas-russas atraem boa parte do público. Grupos como a Disney e a Universal não revelam o lucro por nada. Mas, a julgar pelo resultado de um outro parque americano, o Six Flags, em New Jersey, dá para ter uma idéia do que esses brinquedos representam no balanço financeiro. No ano passado, o Six Flags faturou US$ 1 bilhão. Boa parte do resultado se deve à principal atração: a Kingda Ka, a maior e mais rápida montanha-russa do mundo, com 140 metros de altura, carrinhos que atingem 205 km/h e um investimento de US$ 25 milhões. Há quem permaneça cinco horas na fila para sentir os 50 segundos de adrenalina, sinal de que o lucro vem colado nos trilhos.