O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, terá uma reunião no fim da tarde desta segunda-feira, 6, com representantes da concessionária que opera o aeroporto de Porto Alegre, a Fraport, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de companhias aéreas sobre um plano de ação para a reabertura da capital gaúcha para pousos e decolagens, além de desvio de voos para outros aeroportos regionais.

Segundo Costa Filho, dos 12 aeroportos do Rio Grande do Sul, o único que está fechado é o Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre.

“Nesse momento difícil no Estado do Rio Grande do Sul, a gente está trabalhando para acelerar a entrega do aeroporto. O aeroporto possivelmente estará fechado nestes próximos 10 ou 12 dias, porque ainda tem muita água”, declarou Costa Filho a jornalistas, após participar de um evento no porto do Rio de Janeiro. “A gente tem essa reunião hoje para discutir um plano estratégico, um plano de investimentos.”

Segundo ele, o objetivo é que o plano envolva as companhias aéreas, a concessionária responsável pelo aeroporto, a Anac e todos os demais envolvidos.

“Enquanto isso, a gente está montando um plano estratégico para as companhias aéreas poderem ir para outros aeroportos, para poder ajudar a população. O Rio Grande do Sul são 12 aeroportos. Nós só estamos com um fechado, é o da capital do Porto Alegre, mas a gente está tentando é avançar numa malha aérea estratégica nesse período que o aeroporto está fechado”, acrescentou Costa Filho.

Mais cedo, a concessionária Fraport emitiu um comunicado informando que o aeroporto poderia ficar fechado até 30 de maio, mas que ainda não há previsão de retomada das operações. Segundo Costa Filho, houve um ruído na divulgação de informações sobre o período de fechamento do aeroporto.

“Houve um desencontro de informações, porque a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) deu uma nota, a Fraport deu outra hoje. A gente vai ter essa reunião para poder definir um plano estratégico mais claro. Até porque não tem sentido, ontem eram uns 10 dias e agora passou para 30 (prazo de reabertura do aeroporto). Não, nós vamos cobrar a concessionária o quanto antes apresentar um plano estratégico para poder entregar e fazer com que o aeroporto volte a funcionar. É por isso que nós faremos essa reunião de maneira coletiva, para ver como o estado brasileiro pode ajudar e cobrar da concessionária resolutividade e acelerar a entrega do aeroporto”, declarou Costa Filho.

Segundo ele, ainda estão em curso os trabalhos de detecção dos danos provocados, portanto, não é possível precisar a quantia necessária para a recuperação do estrago provocado pela água. No entanto, o ministro garantiu que não faltarão recursos financeiros nem apoio do Tribunal de Contas da União (TCU) nesse sentido.

“Se vocês pegarem a foto, a gente está vendo que o aeroporto ainda está com água. Teve problema nas esteiras, na parte elétrica, problema na pista. A gente está detectando ainda toda a problemática para poder, a partir daí, avançar”, disse ele. “A gente já disponibilizou em torno de R$ 16 milhões que a concessionária quer deslocar de Fortaleza para o aeroporto, nós vamos autorizar. Quanto mais investimentos melhor. Não vai faltar prioridade nossa e do Tribunal de Contas da União para ajudar a fazer com que essas obras aconteçam.”

Costa Filho disse que esteve ontem no porto de Porto Alegre, que também está fechado, com nível da água cinco metros acima do normal, sem previsão de voltar a operar.

“Nesse momento ele não está operando. A gente está trabalhando para esperar a água baixar e ver qual foi o tamanho do dano que foi causado. Mas ontem eu já falei com o governador Eduardo Leite, nós vamos desenhar um investimento para o porto. É um Porto que cabe ao governo do estado, mas é um compromisso do governo (federal) de a gente ajudar a melhorar a infraestrutura do porto”, contou o ministro.

O ministro informou inicialmente que a reunião ocorreria às 17h desta segunda-feira, em Brasília, mas teria sido adiada para 18h, possivelmente por conta de seu compromisso no Rio de Janeiro.

Durante o evento na capital fluminense, Costa Filho disse que o momento vivido no Rio Grande do Sul é “desafiador”, que era “hora de poder estar junto” e apoiar a população da região.

“Essa não é bandeira de direita, de esquerda, de centro, é uma bandeira do Brasil”, discursou ele, no evento.

No Rio, o ministro inaugurou a primeira fase da ampliação e modernização de trecho de 600 metros do Cais da Gamboa, no Porto da capital fluminense, com investimentos de aproximadamente R$ 150 milhões. As obras aumentarão a profundidade dos berços de atracação de 8,5 metros para 13,5 metros, permitindo a operação de navios de maior porte. Na ocasião, a PortosRio e o ministério assinaram ainda um Termo de Intenções para formalização de uma cooperação técnica com o Parque Tecnológico do Iguaçu (PTI), para soluções tecnológicas de reforço na segurança e modernização das operações portuárias, “especialmente no combate a ilícitos, nos projetos de infraestrutura e na descarbonização”. Houve assinatura também de um Termo de Intenções para formalização de uma cooperação técnica com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), para estudos e análises de mercado que orientem o crescimento do complexo portuário.

Segundo o ministro, estão previstos mais R$ 200 milhões para a segunda fase de requalificação do Cais da Gamboa.

Costa Filho mencionou ainda seus esforços e conversas com integrantes do governo pelo uso de recursos do Fundo da Marinha Mercante para investimentos que ajudem na reativação da indústria naval e estaleiros no País.

“Já temos reservados R$ 14 bilhões para gente poder aportar de recursos do Fundo da Marinha Mercante para essa indústria, que é fundamental para o Brasil”, defendeu. “É fundamental que a gente possa ajudar a indústria naval com esse Fundo da Marinha Mercante.”