04/06/2013 - 14:05
Autorizou a privatização de três dos principais aeroportos do País: Guarulhos, em São Paulo; Viracopos, de Campinas; e o de Brasília. Já não era sem tempo! Todo mundo sabia que essas três unidades da malha aeroviária seguiam para o colapso irreversível e já viviam dias de caos. Incapaz de responder às necessidades de expansão exigidas, a Infraero, responsável até aqui pela gestão, desdobrava-se em argumentos que explicavam pouco ou nada, enquanto passageiros amargavam as longas filas e o péssimo serviço.
A inoperância alarmava usuários e autoridades. O problema ganhou contornos ainda mais graves com a proximidade da Copa e da Olimpíada. Estava óbvio que obras de melhoria – como a construção de novos terminais, ampliação de pistas e de guichês de atendimento – não aconteceriam a tempo, caso fossem conduzidas pelo setor público. No modelo originalmente previsto, seria repassada à iniciativa privada apenas a exploração comercial de lojas, estacionamentos e espaços publicitários.
Mas a receita prevista com esses negócios não seria suficiente para cobrir os investimentos exigidos. Por decisão direta de Dilma, a proposta foi ampliada. A arrecadação das tarifas pagas por passageiros e pelas companhias aéreas, o maior pedaço do filé, está agora incluída na concessão. A participação das empresas poderá chegar até 51% do capital desses aeroportos – o que significa o controle.
O papel da Infraero foi desidratado e ela perdeu a gestão administrativa, podendo acompanhar e participar minoritariamente das decisões. Considerando o poder de operação de Guarulhos, Viracopos e Brasília, os três em franca expansão, é possível dizer que os empreendedores envolvidos na empreitada terão nas mãos máquinas bilionárias de geração de receita. A licitação sai em dezembro. As autoridades esperam uma corrida de interessados. Usuários, aliviados com a perspectiva promissora de melhor atendimento, agradecem. A parceria público-privado pode ter nesses casos excelentes exemplos de eficiência.