O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres entrou com um pedido de habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (26) solicitando sua saída da prisão. O ex-ministro teve adiado o depoimento que faria à Polícia Federal nesta última segunda-feira (24), em função do seu “estado de saúde delicado”, alegado pela defesa de Torres.

Segundo laudo médico revelado neste domingo (23) pela colunista Bela Megale, do O Globo, Torres teria tido uma piora no seu quadro de saúde e estaria enfrentado crises de ansiedade e de choro no cárcere, que o fizeram perder mais de dez quilos. Ele está preso desde 14 de janeiro em função das investigações sobre os atos golpistas do dia 8 daquele mês. Na ocasião, Torres era secretário de Segurança do Distrito Federal. O inquérito no STF apura suposta omissão na contenção dos atos.

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Eduardo Bolsonaro

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou nas redes sociais que, caso algo de ruim aconteça com o ex-ministro, a culpa seria da Justiça. “Se algo de pior acontecer com o delegado federal Anderson Torres, essa conta certamente vai estar junto à Justiça. Porque a própria PGR pediu a conversão (da prisão) em medidas cautelares. (A situação) é bizarra do ponto de vista jurídico. Espero que nada de pior venha a acontecer com Anderson Torres”, disse

Ele cita o laudo psiquiátrico que aponta piora de Anderson Torres para pedir a soltura do ex-ministro. Na semana passada, o deputado afirmou que chegou a ouvir que Torres, que tem quadro de depressão e teria cogitado o suicídio. O deputado argumenta que Torres não oferece risco à ordem pública nem à ordem econômica.

Na última quinta-feira (20), ao negar o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para soltar Torres, o ministro do STF Alexandre de Moraes citou depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam “fortes indícios” do ex-ministro na elaboração de uma suposta minuta golpista.

“Depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta minuta golpista e em uma operação golpista da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, bem como em sua conduta omissiva quanto à permanência do acampamento dos manifestantes no SMU (Setor Militar Urbano)”, afirmou Moraes. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido de habeas corpus feito hoje.