O furacão Agatha, o primeiro da temporada no Pacífico mexicano, tocou o solo nesta segunda-feira (30) do país como um ciclone de categoria 2, reportou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

“Agatha toca o solo no oeste de Puerto Ángel. Ventos fortes e chuva intensa se espalham terra adentro”, detalhou a instituição em seu boletim das 16h locais (18h de Brasília).

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Puerto Ángel, uma comunidade costeira de 2.500 habitantes, recebe vários turistas.

O ponto de entrada situou-se 10 km a oeste desta localidade do estado de Oaxaca, onde o fenômeno apresentou ventos máximos sustentados de 165 km por hora e velocidade de deslocamento de 13 km por hora com direção nordeste, segundo as medições do NHC.

Agatha “é o furacão mais forte a tocar o solo na costa do Pacífico do México” desde que o NHC começou os registros em 1949, destacou.

Está previsto que Agatha continue avançando para o nordeste e que seu centro entre terra adentro nas primeiras horas da terça-feira.

“Espera-se um rápido enfraquecimento à medida que o furacão entrar no território. Está previsto que Agatha perca força mais tarde esta noite e se dissipe sobre o sudeste do México na última hora da terça-feira”, acrescentou o boletim.

As localidades da costa sul do México foram declaradas em alerta nesta segunda à espera do furacão.

Agatha ganhou força rapidamente pelas altas temperaturas do mar e os prognósticos iniciais não descartavam que chegasse à categoria 3.

“É uma ameaça para o estado (…), estabeleceu-se o alerta amarelo (risco médio)”, advertiu a Proteção Civil de Oaxaca em suas redes sociais.

As praias da costa de Oaxaca estavam nubladas e com o mar agitado na manhã desta segunda-feira, enquanto os moradores se abasteciam de água e alimentos e protegiam residências e comércios. As aulas e atividades não essenciais foram suspensas na região afetada.

“Os abrigos já estão abertos, as pessoas já estão chegando (…), estamos em um ponto vermelho, vai chegar e vai chegar forte”, advertiu à AFP Roberto Castillo, da Proteção Civil de Huatulco.

O governo de Oaxaca habilitou 203 refúgios temporários com capacidade para abrigar 26.800 pessoas, e hotéis foram preparados para receber os turistas.

Foram identificados 5.240 visitantes nacionais e estrangeiros na área de risco em Oaxaca, que abriga centros de veraneio como Puerto Escondido e Huatulco, populares entre turistas europeus e americanos fãs do surfe.

– Risco de inundações –

O Serviço Meteorológico do México informou, por sua vez, que o fenômeno provoca rajadas de vento e ondas de até seis metros nos estados de Guerrero, Oaxaca e Chiapas.

As autoridades fecharam os portos para a navegação nestas regiões, enquanto as companhias aéreas começaram a cancelar desde o domingo seus voos ao aeroporto internacional de Huatulco.

Na região afetada pelo furacão localizam-se vários rios caudalosos, razão pela qual o serviço meteorológico mexicano alertou para possíveis transbordamentos e enxurradas.

O México sofre anualmente com a passagem de ciclones tropicais tanto em sua costa do Pacífico quanto do Atlântico, habitualmente entre maio e novembro.

A temporada 2021 de furações no Pacífico, que vai de 15 de maio a 30 de novembro, foi moderadamente ativa com 40 episódios. Destes, 15 foram furacões, segundo o serviço Meteorológico mexicano.